
Equipes da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e agentes da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) iniciaram na última 2ª feira (15/9) mais uma operação de fiscalização e repressão contra o garimpo ilegal no rio Madeira.
A ação cumpre uma determinação da Justiça Federal do Amazonas, com foco no trecho do rio entre os municípios de Manicoré e Humaitá. No total, até ontem (17), foram inutilizadas 177 dragas e outros equipamentos, como bombas e motores, com o uso de explosivos.
Junto com as equipes também atuaram servidores do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que avaliaram as condições precárias de trabalho dos trabalhadores encontrados nas balsas. Até o momento, não há prazo para o fim da ação.
A ação gerou revolta entre moradores e políticos locais devido ao uso de explosivos para destruição das dragas, conta a Revista Cenarium. Ainda na 2ª feira, a Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM) protocolou novo pedido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para a suspensão do uso dos explosivos. No início do mês, o STJ já havia negado um pedido, considerando que não havia provas de ilegalidade ou abuso nas ações.
O prefeito de Humaitá (AM), Dedei Lobo (União Brasil), defendeu a atividade ilegal, alegando que a destruição das balsas significa o fim da única fonte de renda dessas pessoas. O prefeito ainda informou que o garimpo é fonte de renda de 7 mil famílias no curso do rio. Assim como Lobo, deputados do Amazonas se reuniram para defender a legalização da atividade no rio Madeira.
Os parlamentares, pasmem, afirmam que a ação da PF coloca em risco o meio ambiente e a saúde da população. O destaque vai para a fala de Roberto Cidade (União Brasil), que acredita que o garimpo não só é um passeio no parque, como traz “oportunidades” para a população. “Eu não sou a favor do garimpo ilegal. Eu sou a favor da gente legalizar e trazer oportunidades para a população do nosso estado. (…) Porque esse protocolo da PF de chegar e explodir, vai chegar uma hora que vai acontecer uma tragédia”, afirmou.
Ele, certamente, não se referia à tragédia da contaminação da população indígena por conta do garimpo.
Poder 360, UOL, A Crítica e g1 também falaram sobre o assunto.



