
A Sustainable Business COP (SB COP), coalizão que reúne empresas de mais de 60 países, entregou ao presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, um conjunto de 23 propostas de implementação e aceleração das metas climáticas. Criada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a SB COP pretende fortalecer o papel do setor privado nas negociações globais sobre clima.
O grupo estabeleceu algumas prioridades, com base em cinco objetivos que guiam a iniciativa, informam Correio Braziliense e PlatôBR. Entre eles está acelerar e garantir uma transição energética justa, em linha com a meta do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura a 1,5oC, ao mesmo tempo em que se amplia o acesso à energia com infraestrutura sustentável e capacitação de pessoas.
Além disso, a SB COP pretende promover o apoio financeiro para enfrentar a crise climática, combinando crescimento econômico com a agenda do clima; fortalecer cadeias de valor sustentáveis, incorporando princípios de economia circular e bioeconomia; e reforçar a colaboração global, alinhando estruturas comuns para mercados de carbono e bioeconomia, detalha o Estadão.
Uma das prioridades é triplicar a capacidade instalada de geração de energia renovável até 2030, como foi estabelecido na COP28, em Dubai, em 2023. Para isso, a SB COP defende não apenas um incremento na implantação de fontes renováveis, mas também a adoção de sistemas de armazenamento de energia. Outra prioridade é buscar a convergência entre iniciativas como a Convenção Clima e a Convenção de Biodiversidade.
Segundo o presidente da coalizão, Ricardo Mussa, a agenda do grupo pretende criar escala e previsibilidade. “Sabemos que o setor privado tem um papel imprescindível na transição global para uma economia de baixo carbono, e a articulação junto a esses tomadores de decisão é o coração da SB COP”, disse.
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Em tempo 1: A SB COP pretende participar ativamente dos debates sobre clima, mas presidentes de grandes empresas não deverão ir à COP30. A princípio, a ausência é causada pelos problemas com hospedagem na capital paraense. No entanto, executivos ouvidos pelo Estadão confessaram que temem se tornar alvos de ataques de ativistas. Como se não estar em Belém impedirá as justas críticas que muitos deles merecem. Mas até mesmo a presença da sociedade civil está ameaçada. Fundadora e diretora executiva da Youth Climate Collaborative, Pooja Tilvawala investiu mais de US$ 46 mil de suas economias pessoais para criar um portal de moradia específico para jovens que desejam participar da COP30. No entanto, se não houver pessoas suficientes se inscrevendo para as acomodações que ela garantiu, Pooja pode perder parte do que gastou, explica a AP. “Sempre há um grande número de representantes de empresas de combustíveis fósseis. E quem estará lá para combater essas vozes e essas influências de negociação?”, questionou.
Em tempo 2: O Ministério das Mulheres apresentará na COP30 um protocolo internacional de proteção a mulheres afetadas pela crise climática, com o objetivo de incluir a perspectiva de gênero nas discussões sobre clima, informa a Folha. O Protocolo Internacional de Atendimento às Mulheres em Emergências Climáticas e Desastres foi elaborado com apoio da ONU Mulheres e tem quatro eixos centrais, entre eles produção de dados por gênero e raça e/ou etnia para revelar as reais necessidades das mulheres em situações de crise e ampliar os recursos para suas iniciativas.



