COP30: Governo busca bancos e filantropia para ajudar em hospedagem de países em Belém

Até a semana passada, 87 delegações tinham presença garantida na COP, menos da metade do total de signatários da Convenção do Clima.
28 de setembro de 2025
cop30 hospedagem
COP30.br

A pouco mais de um mês para o início da COP30, a organização da conferência tenta conseguir ajuda de bancos de desenvolvimento e entidades filantrópicas para financiar a hospedagem de países mais pobres durante o evento. A iniciativa foi confirmada por cinco pessoas ouvidas pela Folha sob condição de anonimato.

Os países foram comunicados sobre as tratativas em uma reunião da UNFCCC, o braço climático da ONU, em 17 de setembro. Contudo, as negociações estão avançadas apenas com o Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF). Por sua regionalidade, o auxílio de US$ 100 do CAF será somente para países latinos e caribenhos.

Diretor do Grupo de Negociadores Africanos (AGN, sigla em Inglês), Richard Muyungi disse que há uma promessa de que esse benefício seja ampliado. “Eles prometeram que iam conseguir o mesmo apoio para LDCs [sigla em Inglês para países menos desenvolvidos] e Estados africanos. Minha esperança é que, conforme as coisas caminhem, no começo de outubro tenhamos mais informações”, afirmou.

Em entrevista coletiva em Nova York na 5ª feira (25/9), o presidente da conferência, embaixador André Corrêa do Lago, e a diretora-executiva da COP30, Ana Toni, afirmaram que as obras do evento estão “praticamente concluídas” e as preocupações logísticas diminuíram “de forma significativa”. Ambos disseram que mesmo que “a questão da hospedagem” sempre retorne, muitos países já estão confirmando suas reservas, informa O Globo.

Até a semana passada, 87 países estavam com reservas garantidas, dos 196 com participação possível na COP30. Uma força-tarefa do governo brasileiro conseguiu garantir condições mais acessíveis para representantes de países com menor poder econômico, assegurando pelo menos 15 quartos para cada delegação de países de baixa renda e pequenas ilhas, de acordo com a CNN Brasil. Mas os preços na capital paraense continuam salgados, uma situação que ainda precisa ser revertida, reforçou Corrêa do Lago.

Com o tempo cada vez menor, o Brasil corre para finalizar as obras de infraestrutura em Belém e reforça seu esforço diplomático para evitar o esvaziamento da conferência, segundo a VEJA. Como o Estadão assinalou, a crise da hospedagem é uma das ameaças, mas não a única – o atraso das metas climáticas, os impasses entre países ricos e pobres e mesmo o desinteresse de empresários e lideranças políticas em participar da COP de Belém podem ser desafios importantes para as negociações de novembro.

  • Em tempo: O novo Plano Estratégico da ONU-Habitat até 2029 será apresentado na COP30. Em entrevista à Folha, a diretora-executiva da entidade, a brasileira Anacláudia Rossbach, ressaltou que a conferência em Belém será muito estratégica para o debate sobre moradia. "As cidades vão ter um papel cada vez mais central nas discussões climáticas, simplesmente porque vamos ter mais pessoas morando em áreas urbanas. Hoje nós temos mais da metade, em 2050 vamos ter 70%. Isso significa mais de 1 bilhão de pessoas chegando às cidades", explicou.

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