
O segundo prazo para que os países apresentem suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) ao Acordo de Paris está chegando ao fim. Na semana passada, várias nações aproveitaram a Cúpula do Clima de Nova York para anunciar seus novos compromissos, mas o “copo” dos compromissos climáticos continua meio vazio.
Análise do Carbon Brief mostrou que as novas NDCs até 2035 abrangem agora cerca de metade das emissões globais de gases de efeito estufa. A China foi destaque no encontro na ONU, mas outros grandes emissores também apresentaram metas climáticas, incluindo o quarto maior emissor do mundo, a Rússia, e a Turquia. No total, 63 países já anunciaram seus compromissos.
O segundo maior emissor do mundo, os Estados Unidos, apresentou sua promessa para 2035 no ano passado, ainda no governo de Joe Biden. No entanto, o atual presidente assinou uma ordem para retirar os EUA do Acordo de Paris. Portanto, presume-se que o compromisso seja nulo, observa o Carbon Brief.
Outros grandes emissores ainda não divulgaram suas metas: Índia, Indonésia e Coreia do Sul, por exemplo, não entregaram suas NDCs. O mesmo ocorre com a União Europeia. Em seu discurso na Cúpula do Clima, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que na semana passada foi acordado que a NDC fique entre 66,3% e 72,5% abaixo dos níveis de emissões de 1990 até 2035, informa a eixos. Mas falta a formalização deste compromisso.
Em entrevista à npr, o comissário europeu do clima, Wopke Hoekstra, confirmou os números. Mas aproveitou a ocasião para criticar a NDC chinesa (que propõe redução de 7% a 10% sobre o pico de emissões), que classificou como “claramente decepcionante”.
Mas, sem os números da UE no papel, a crítica de Hoekstra não foi ignorada pela China. Para o Ministério das Relações Exteriores daquele país, a fala mostra “duplo padrão e cegueira seletiva”, informa a Reuters. A China acusou o bloco de ser lento em relação às próprias metas: “Tal retórica interrompe a solidariedade global no enfrentamento das mudanças climáticas e prejudica a atmosfera de cooperação – isso é o que é realmente ‘decepcionante’”.
O apelo da ONU para que os países entreguem suas NDCs foi reforçado pelo presidente Lula, tanto em seu discurso na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas como posteriormente. Lula foi além e defendeu punições aos países que não cumpram suas metas climáticas, registrou a Folha.



