
O Brasil está confiante quanto ao Banco Mundial ser o seu principal parceiro no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF). A iniciativa, a ser oficializada na COP30, é uma das principais apostas do governo federal sobre resultados efetivos da Conferência, já que acordos sobre temas espinhosos, como a eliminação dos combustíveis fósseis e alternativas para se obter os US$ 1,3 trilhão anuais em financiamento climático, continuam sendo apostas incertas.
O banco deve ajudar a mobilizar US$ 25 bilhões de países desenvolvidos e emitir outros US$ 100 bilhões em títulos, segundo a Bloomberg, totalizando assim os US$ 125 bilhões previstos para o TFFF. Todos os sinais da instituição têm sido positivos, e é provável que ela atue como administradora e anfitriã interina do fundo, de acordo com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan.
Há uma troca constante de informações entre o governo federal e o Banco, disse Durigan. O presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, já afirmou que a instituição seria parceira. Ele esteve com o presidente Lula no fim de setembro em Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU, confirmando que o banco forneceria uma série de serviços para auxiliar o TFFF em suas operações.
A diretoria da instituição deve decidir sobre o assunto em 21 de outubro, na reunião anual do banco. Críticas recentes do governo de Donald Trump sobre o “desvio de missão” por parte de credores multilaterais chegaram a levantar discussões adicionais entre autoridades antes da decisão.
O “agente laranja”, porém, não deverá ter o apoio da União Europeia para tirar as questões climáticas das pautas tanto do Banco Mundial como do Fundo Monetário Internacional (FMI), que também fará sua reunião anual no fim deste mês. Ao menos é o que indica um documento da UE ao qual a Reuters teve acesso.
As conclusões preliminares de uma reunião de ministros das Finanças do bloco na 6ª feira (3/10) mostraram que a UE reiterará seu apoio ao trabalho dos bancos de desenvolvimento no combate às mudanças climáticas e pressionará por reformas para liberar mais desse financiamento.
A UE “apela a todos os acionistas para que apoiem o fortalecimento necessário dos BMDs (bancos multilaterais de desenvolvimento) para que cumpram suas obrigações em larga escala e se alinhem com os objetivos do Acordo de Paris para acelerar a implementação da ação climática global”, diz o rascunho.
O grande problema é que os EUA são os maiores acionistas do Banco Mundial e do FMI. Já os membros da UE, incluindo Alemanha e França, têm poderes de voto menores nas instituições.



