COP30 será inclusiva e todas as delegações vão participar, afirma Ana Toni

Implementação, financiamento climático e multilateralismo estão entre os principais temas a serem discutidos.
8 de outubro de 2025
Ana Toni
Edilson Rodrigues / Agência Senado

A diretora executiva da COP30, Ana Toni, está otimista com a conferência do clima em Belém, apesar dos percalços. O evento terá a presença de diversos setores e delegações, focando em implementação, financiamento climático e multilateralismo, afirma. Para ela, está tudo ocorrendo como planejado, e a crise da hospedagem em Belém não terá efeitos sobre as negociações climáticas.

Na próxima semana, dias 13 e 14 de outubro, acontecerá em Brasília a pré-COP. O encontro já conta com 50 países confirmados. Em entrevista à Folha, Ana Toni conta que o evento terá três prioridades: os indicadores da meta global de adaptação; o diálogo do Global Stocktake [balanço das ações tomadas até agora]; e o texto de negociação sobre transição justa. Outros temas também estão no radar, como financiamento, agenda de ação e o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF).

Ao Estadão, a diretora da COP30 disse que estão sendo feitas consultas aos países para identificar temas de interesse e traçar uma estratégia para destravar as discussões. “O mais importante é como essa COP vai fazer para agilizar a implementação dos acordos”, explicou.

Falando em TFFF, o fundo é uma das principais propostas do Brasil para a COP30. Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o Brasil precisa constranger os países ricos a aportarem recursos na iniciativa, informa o Valor. Assim, o Sul Global será beneficiado, uma vez que é nessa região que se concentram as florestas.

Na abertura do evento “States of the Future: Rumo à COP30” realizado pelo Ministério de Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) no Rio de Janeiro, a ministra Esther Dweck afirmou que o Brasil precisa de um Estado eficiente e tecnológico para transformar compromissos climáticos em ações concretas, segundo o Valor. “Queremos levar à cúpula reflexões e instrumentos práticos para que os Estados do futuro sejam democráticos, inovadores, inclusivos e sustentáveis”, disse a ministra, em fala destacada pelo Valor.

A COP30 representa um marco para integração entre governo, setor privado e sociedade civil na agenda climática, avalia a diretora executiva da World Climate Foundation (WCF) no Brasil, Flora Bittencourt. Ela frisa como o governo brasileiro tem chamado o setor privado para participar ativamente da construção de soluções, informa a Times Brasil.

“As negociações da cúpula de clima da ONU são governamentais, mas quando a gente fala de uma economia real, da economia da implementação, a gente precisa das empresas e das indústrias realmente engajadas”, afirmou.

No âmbito das organizações da sociedade civil, ((o))eco mostra como comunidades extrativistas estão se preparando para a COP30. “O engajamento da sociedade civil pode ser o maior legado que o evento pode deixar. Dizemos que somos parte da solução. É preciso que, nessas negociações, seja reconhecida a importância dos povos e seus territórios para o equilíbrio climático”, disse Joaquim Belo, líder extrativista, secretário de Formação e Comunicação do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e Enviado Especial da Sociedade Civil Amazônica para a COP30.

  • Em tempo: A um mês do início da COP30, a organização oficial que representa a juventude na Convenção Clima (UNFCCC) alerta que a participação de seus integrantes no evento "está por um fio". Ao contrário de edições anteriores  da Conferência Global de Crianças e Jovens (COY20) sobre o tema, o governo brasileiro não deu apoio logístico ou financeiro. Burocracia, falta de voos e alto custo de hospedagem são alguns dos entraves enfrentados pelos jovens. O Globo detalha.

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