IEA reduz projeção de aumento das renováveis até 2030 por causa de EUA e China

Mas a Agência projeta que fontes renováveis vão mais que dobrar até 2030, com energia solar respondendo por mais de 80% do avanço.
8 de outubro de 2025
governo ons cortes energia renovável
Ulgo Oliveira / Eco Nordeste

As fontes renováveis de geração de energia elétrica continuam crescendo a passos largos em todo o mundo. A capacidade global de geração renovável de eletricidade deverá mais que dobrar até 2030, liderada pela energia solar. No entanto, o avanço será menor que o projetado anteriormente, dadas as políticas contrárias às renováveis de Donald Trump e mudanças na China.

É o que mostra o relatório anual Renewables 2025, publicado ontem (7/10) pela Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em Inglês). O documento prevê um aumento da capacidade de geração renovável em todo o mundo de 4.600 gigawatts (GW) em cinco anos – 248 GW a menos do que projetou para o período em 2024.

A energia solar será responsável por cerca de 80% do aumento global da capacidade renovável até 2030, informam Canal Energia, PV Magazine e Canal Solar, impulsionada por custos baixos e prazos de licenciamento mais curtos. A parcela restante será coberta por eólicas, hidrelétricas, bioenergia e energia geotérmica.

A IEA destaca que, nas economias emergentes da Ásia, do Oriente Médio e da África, a competitividade de custos e o apoio político mais forte estão impulsionando o crescimento mais rápido das renováveis, com muitos governos introduzindo novos programas de leilões e elevando suas metas. A Índia está a caminho de se tornar o segundo maior mercado em crescimento de energias renováveis no mundo, depois da China, e espera-se que atinja confortavelmente sua meta até 2030.

Já nos EUA, a história é outra. A eliminação antecipada dos incentivos fiscais federais e outras mudanças regulatórias promovidas por Trump fizeram a agência reduzir as expectativas de aumento para as renováveis no mercado estadunidense em quase 50% em relação à previsão do ano passado, informam Bloomberg, Folha, oilprice.com, SustainableViews, Al Jazeera, Reuters e Nikkei Asia.

Outro impacto negativo virá justamente de um dos líderes mundiais na instalação de painéis solares e pás eólicas nos últimos anos, a China. A mudança de tarifas fixas para leilões está impactando a economia dos projetos chineses, o que fez a IEA reduzir sua previsão para o crescimento das renováveis no país.

  • Em tempo 1: Renováveis sim, mas não assim. No Brasil, o Nordeste concentra hoje mais de 90% da capacidade eólica instalada no país, mas o procurador da República, José Godoy, do Ministério Público Federal (MPF) da Paraíba, denuncia o alto custo socioambiental para as comunidades. Em entrevista a Carlos Madeiro no UOL, Godoy explica que empreendedores fecham contratos sigilosos diretamente com pequenos proprietários de terra, a valores irrisórios, sem compensação social ou ambiental. Sem falar na expulsão de comunidades de seus territórios e de problemas sérios de saúde por conta da proximidade das torres eólicas.

  • Em tempo 2: Assim como aumenta a corrida por minerais estratégicos para a transição energética, cresce também a preocupação em garantir equilíbrio entre a demanda por metais para energia renovável e a proteção ambiental e social nas regiões mais vulneráveis do planeta. Por isso, em um movimento inédito, a Colômbia apresentou à ONU a proposta de criação de um grupo internacional de especialistas para elaborar as bases de um tratado global sobre mineração sustentável. A ideia é tornar a extração e o comércio de minerais mais transparentes e responsáveis, informa o Um só planeta.

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