
Para 90% dos brasileiros, os governos – federal, estaduais e municipais – devem investir mais no combate ao desmatamento, e a proteção das florestas é essencial para enfrentar a crise climática. É o que revela uma pesquisa global do Greenpeace, divulgada ontem (13/10).
A pesquisa ainda destaca que 80% dos brasileiros afirmam confiar mais nos Povos Indígenas do que em qualquer outra entidade na proteção das florestas. E no resultado geral, 75% concordam que os Povos Originários deveriam receber financiamento para proteger as florestas – o valor varia entre os 17 países onde o levantamento foi realizado.
“A ciência já comprovou que somos os verdadeiros Guardiões da Floresta. Agora a sociedade reafirma isso e alerta que demarcar e proteger nossos territórios é crucial para o combate ao desmatamento e à crise climática global”, afirmou o coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Kleber Karipuna, destaca o g1.
Ainda no balanço geral, quatro em cada cinco entrevistados também acreditam que empresas que contribuem para o desmatamento devem ser punidas, e que governos devem endurecer fiscalização e penas, contam Carta Capital e A Crítica. O levantamento foi feito com 17 mil participantes de Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Colômbia, Dinamarca, França, Alemanha, Indonésia, Quênia, Malásia, Países Baixos, África do Sul, Coreia do Sul, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos, detalha a Folha.
Um outro estudo inédito, este do Instituto Esfera de Estudos e Inovação, mostra como a combinação de pressão internacional, políticas públicas e mecanismos de autorregulação do mercado – como a Moratória da Soja – é essencial para conter o desmatamento e a degradação ambiental. O objeto de estudo é o Arco do Desmatamento, que abrange os estados do Pará, Mato Grosso, Maranhão, Rondônia, Tocantins e Acre. De acordo com o Brasil 247, a região registrou redução de quase 26% nas áreas desmatadas em 2024 devido à retomada de políticas ambientais a partir de 2023.
Além de sua pesquisa, o Greenpeace Brasil apresentou um plano de ação de cinco anos para implementar e monitorar a meta global de deter e reverter o desmatamento até 2030, consolidado (e esquecido) no parágrafo 33 do Balanço Global do Acordo de Paris em 2023. Segundo a organização, o plano busca assegurar o papel de Povos Indígenas, Quilombolas e Comunidades Tradicionais nas tratativas; garantir acesso direto a financiamento; e redirecionar fluxos financeiros para ações de proteção e restauração florestal, priorizando benefícios sociais e climáticos.
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Em tempo 1: O desmatamento voltou a avançar sobre a Terra Indígena Munduruku, no Pará, informa ((o))eco. A TI havia saído do ranking de territórios mais pressionados da Amazônia no início de 2025, mas entre abril e junho liderou a lista, aponta análise do IMAZON. Uma operação de desintrusão de garimpeiros e invasores na região foi encerrada em janeiro, o que mostra que a pressão sobre o território persiste e necessita de vigilância constante.
Em tempo 2: O BNDES lançou na 6ª feira (10/10) o programa BNDES Floresta Inovação, com foco em produção sustentável em silvicultura, reflorestação de áreas degradadas e desenvolvimento social da população dessas áreas. Os recursos, não reembolsáveis, são do BNDES Funtec, fundo tecnológico do banco. Valor e Estadão detalham.
Em tempo 3: Indígenas do Povo Xukuru do Ororubá têm reflorestado a Caatinga de Pernambuco, plantando cerca de 50 mil mudas nativas por ano. Depois da homologação do seu território de 27 mil hectares, em 2001, eles decidiram recuperar a mata que foi degradada por queimadas, desmatamento e agrotóxicos durante a ocupação de latifundiários, conta a Folha.



