
O IBAMA antecipou em um dia a reunião que convocou com a Petrobras sobre o licenciamento do poço para explorar combustíveis fósseis que a petrolífera quer perfurar no bloco FZA-M-59, na Foz do Amazonas. Segundo a CNN, o órgão sinalizou no encontro que os esclarecimentos pedidos em setembro foram respondidos e que será dado prosseguimento ao processo.
A Folha teve acesso aos questionamentos ligados à autorização para o poço no bloco 59. Parte deles se refere a questões simples e burocráticas, como a necessidade de atualizar contatos em caso de emergência, atualizações de tabelas, revisões de fluxos de comunicação e ajustes operacionais.
Os documentos enviados pela Petrobras ao órgão incluem as versões revisadas do Plano de Emergência Individual (PEI) e do Plano de Proteção e Atendimento à Fauna (PPAF), com medidas de resposta a acidentes e vazamentos de petróleo e à proteção de animais marinhos. Assim, não haveria, neste momento, indícios de falhas graves ou riscos ambientais não atendidos pela companhia, conforme se depreende da análise técnica do IBAMA.
Dentro do órgão ambiental, ainda de acordo com a Folha, a avaliação é de que a licença deve ser liberada. No entanto, esse calendário pode estar sujeito à influência da COP30 em Belém. Se a autorização sair antes da Conferência, é certo que o Brasil receberá uma saraivada de críticas, sobretudo se tentar cobrar dos demais países a eliminação dos combustíveis fósseis, com a aceleração da transição energética.
Apesar da Petrobras já estar com a licença praticamente nas mãos, uma pesquisa do Datafolha mostra que 61% dos brasileiros são contra a exploração de petróleo na Foz do Amazonas. Questionada, a petrolífera desdenhou do levantamento. Disse que desconhecia a metodologia usada e que o resultado era diferente do obtido nas pesquisas que realizou.
Brasil Energia e Agora RN também trataram do tema.
Em tempo: Um alento: o IBAMA indeferiu o pedido de licença ambiental da Usina Termoelétrica Brasília, da Termo Norte Energia. O projeto a gás fóssil na capital federal tem como sócios indiretos os empresários Carlos Suarez, conhecido como “Rei do Gás”, e Pedro Grunauer Kassab, sobrinho de Gilberto Kassab, presidente do PSD, informa a Folha. O indeferimento ocorre após a mobilização de moradores e organizações ambientais em questionamento à viabilidade técnica e social do projeto. O movimento #XôTermelétrica acompanhou o processo de licenciamento desde o início, lembra o Correio Braziliense. “O IBAMA tomou esta decisão técnica graças à pressão das comunidades de Ceilândia, Samambaia e Sol Nascente”, afirmou John Wurdig, gerente de Transição Energética do Arayara.



