A campanha de Trump pelo bloqueio a um acordo climático para o setor marítimo global parece estar naufragando, segundo o Financial Times. Trump ameaçou impor sanções a países que votassem a favor do Marco de Emissões Líquidas Zero da Organização Marítima Internacional (IMO) para combater as emissões da navegação. Mas havia um apoio crescente ao plano,
que está sendo debatido na sede da IMO em Londres nesta semana e pode ser aprovado hoje (17/10).
O “agente laranja”, contudo, continua no ataque. Com a medida ainda em processo de aprovação, os EUA fazem um esforço de última hora para alterar as regras de adoção, segundo observadores de organizações ouvidos pelo E&ENews. Pela proposta estadunidense, mesmo que o marco seja aprovado, ele não pode ser finalizado, a menos que um número suficiente de países reitere seu apoio nos próximos meses.
Comumente, as novas regulamentações da organização são consideradas aceitas, a menos que um terço dos países – ou metade da frota mercante mundial – declarem objeção, um processo conhecido como “aceitação tácita”, explica a Bloomberg. Mas os EUA agora propuseram que a IMO exija “aceitação explícita”, exigindo efetivamente que as nações optem oficialmente após a votação.
A proposta do governo Trump é mais um exemplo da pressão dos EUA sobre as regras planejadas, pois criaria um obstáculo adicional para sua entrada em vigor. Washington já ameaçou responder com medidas como taxas portuárias, restrições de vistos e tarifas, principalmente a países vulneráveis, mostra o Guardian.
O transporte marítimo representa atualmente cerca de 3% das emissões globais de gases de efeito estufa, mas a previsão é de que esse percentual aumente para 10% até meados do século, informa o Guardian. Para incentivar a descarbonização do setor, o plano prevê a imposição de um preço sobre as emissões de navios com mais de 5.000 toneladas, o que deve gerar receitas de até US$ 15 bilhões por ano a partir de 2030.
