
O que poderia ser o primeiro plano para reduzir as emissões do transporte marítimo global foi adiado para 2026, decidiram os países-membros da Organização Marítima Internacional (IMO), que estavam reunidos em Londres até 6ª feira (17/10). Como a Bloomberg destaca, o adiamento representa um retrocesso para as regulamentações ambientais multilaterais e a força do governo do negacionista Donald Trump para interromper a diplomacia climática internacional.
Um dia antes da votação, Trump afirmou em suas redes estar indignado com a votação da taxa de carbono para o setor. O “agente laranja” escreveu que “os Estados Unidos NÃO aceitarão este Novo Imposto Verde Global sobre o Transporte Marítimo”. Além de instar países a votarem contra, Washington ameaçou impor sanções, restrições de visto e taxas portuárias a nações que apoiassem o acordo, conta a Al-Jazeera.
A pressão, infelizmente, teve o efeito desejado por Trump. Antes da reunião em Londres era esperado que os 63 países-membros que haviam votado a favor do plano em abril mantivessem seu apoio. No entanto, na 6ª feira, Cingapura – que apoiava o plano – propôs adiar a votação da taxa. Proposta que foi seguida por 67 votos, ante 49 contra, informam Guardian, Marine Insight e Washington Post.
Informantes do setor esperavam que, mesmo com a pressão dos EUA, o plano fosse aprovado. Seria a primeira taxa global fixa sobre emissões, projetada para arrecadar, inicialmente, mais de US$ 10 bilhões por ano. O acordo também abriria caminho para a substituição dos derivados de petróleo como principal combustível no transporte marítimo, dando espaço para alternativas mais limpas, como a amônia, ao recompensar navios que reduzem suas emissões.
A Câmara Internacional de Navegação, que representa mais de 80% da frota mundial, disse-se decepcionada com o resultado. A organização destacou que a incerteza sobre o futuro do plano ameaça os investimentos necessários para tornar o setor mais limpo, destacam Reuters e CNN. NY Times, BBC, POLITICO e The Energy Mix também falaram sobre o adiamento da votação da taxa de carbono para a navegação.



