Investidores cobram medidas globais contra o desmatamento

Cerca de 30 investidores institucionais com US$ 3 trilhões em ativos já assinaram a Declaração de Investidores de Belém sobre Florestas Tropicais.
20 de outubro de 2025
investidores contra desmatamento
regnskog.no

“É a economia, estúpido!” Investidores globais que administram mais de US$ 3 trilhões em ativos pediram aos governos que parem e revertam o desmatamento e a degradação dos ecossistemas até 2030. A reivindicação faz parte da Declaração de Investidores de Belém sobre Florestas Tropicais, que está aberta a adesões até 1º de novembro, a poucos dias da COP30.

Cerca de 30 investidores institucionais, incluindo o banco privado suíço Pictet Group e o investidor nórdico DNB Asset Management, já assinaram o documento, segundo a Reuters. “Como investidores, estamos cada vez mais preocupados com os riscos financeiros materiais que o desmatamento tropical e a perda da Natureza representam para nossos portfólios”, diz a declaração.

Os investidores enfatizam a necessidade de políticas que ofereçam segurança jurídica, regulatória e financeira para ajudar a proteger as florestas e salvaguardar a estabilidade econômica, disse Jan Erik Saugestad, CEO da empresa nórdica Storebrand Asset Management. “O desmatamento prejudica os sistemas naturais dos quais os mercados globais dependem, desde a regulação climática até a segurança alimentar e hídrica”, completou.

O papel do presidente dos Estados Unidos, o negacionista Donald Trump, na redução do apoio aos esforços ambientais globais também dificulta o combate ao desmate, avalia Ingrid Tungen, chefe de mercados livres de desmatamento na Rainforest Foundation Norway, uma das coordenadoras da ação.

“Todos os investidores com quem estamos conversando acham que há um risco enorme de não levarmos o desmatamento e as mudanças climáticas em consideração no longo prazo, e não apenas por sua própria moral, mas porque isso prejudicará os mercados e seus lucros diretamente”, explicou.

  • Em tempo: Um estudo da Climate Policy Initiative (CPI), da PUC-Rio, propõe a implantação de um mecanismo de financiamento inovador para restauração florestal que pode render US$ 100 bilhões em receitas anuais para países com florestas tropicais, informam Valor e Agência Brasil. Batizado de Mecanismo de Reversão do Desmatamento (RDM, sigla em Inglês), o instrumento analisou as dinâmicas das florestas tropicais em 91 países, com suas tendências de desmatamento, cobertura florestal e oportunidades de restauração. São quase 1,3 bilhão de hectares de florestas tropicais que guardam 593 bilhões de CO2, correspondentes a um terço das emissões históricas globais.

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