
A União Europeia, um dos maiores emissores de gases de efeitos estufa do mundo, continua sem uma meta climática para chamar de sua e apresentar na COP30, que acontece em pouco mais de duas semanas. Os líderes nacionais se reuniram nesta 5ª feira (23/10) e concordaram em estabelecer uma meta de emissões para 2040. Mas a decisão, mais uma vez, ficou para depois.
O debate de ontem se concentrou em como alinhar as metas climáticas com as prioridades econômicas do bloco. Segundo o POLITICO, os líderes expressaram sua frustração com a transição verde do bloco. No final, concordaram com uma linguagem que não exigia mudanças específicas na legislação climática.
Mesmo concordando em prosseguir com a meta de 2040, os líderes deixaram os detalhes para os ministros de meio ambiente e clima do bloco aprovarem em uma reunião em 4 de novembro. Tarefa desafiadora, explica a Reuters, já que os líderes não resolveram os principais pontos de discórdia das negociações, incluindo qual parcela da meta de redução de 90% das emissões os países podem atingir comprando créditos de carbono estrangeiros.
Em uma das questões mais polêmicas do Conselho Europeu, de acordo com a Bloomberg, os líderes concordaram com uma série de “condições favoráveis” para ajudar as montadoras e outras indústrias em dificuldades, especialmente aquelas com alto consumo de energia, disse um porta-voz do conselho. Eles também sinalizaram que as regras verdes seriam menos restritivas para “facilitar o caminho” para a neutralidade climática até 2050.
As conclusões finais da cúpula foram acordadas sem alterações em relação ao rascunho preparado pelos diplomatas esta semana, embora poucos países tenham ficado inteiramente satisfeitos com o resultado. “Equilíbrio clássico, todos igualmente insatisfeitos”, disse um diplomata.
O encontro de líderes da UE ocorreu um dia após os ministros de meio ambiente e clima se reunirem para discutir a meta climática e adiarem novamente uma decisão sobre as metas nacionais de emissões para 2035 e 2040, informa a Euronews. Um “jogo de empurra” criticado pelo WWF, que reforça que a meta de 90% de redução das emissões, e sem compensações em créditos, é o mínimo que o bloco deve fazer.
“Os ministros do meio ambiente passaram o bastão de 2040 para os líderes europeus, e eles o devolveram imediatamente. É hora de acabar com esse jogo de passar a bola e de alguém tomar uma decisão, para que a UE não apareça em Belém de mãos vazias”, disse Alex Mason, chefe de Clima e Energia do WWF UE.POLITICO, Earth.org e Bloomberg noticiaram a (não) meta climática da UE.



