Próximos 10 anos serão cruciais para emissões líquidas zero, destaca relatório da ONU

Com metas climáticas atuais, mundo chegará a 2100 com aquecimento global de 2,8°C.
4 de novembro de 2025
emissões globais
Emissions Gap Report 2025 / Unep

Os líderes mundiais precisam intensificar e acelerar seus esforços para combater a crise climática. Essa é a mensagem principal do relatório “Lacuna de Emissões 2025: Fora da Meta”, divulgado nesta 3a feira (4/11) pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA). Segundo a análise, as projeções de aquecimento ao longo do século, usando de base as novas metas climáticas dos países (NDCs), são de 2,3–2,5°C, uma redução de apenas 0,2–0,3°C em relação ao ano passado. A implementação das políticas atuais levaria a um aumento de 2,8°C até 2100.

Apenas 60 países signatários do Acordo de Paris, responsáveis por 63% das emissões globais, apresentaram ou anunciaram metas de mitigação para 2035 nas novas NDCs. Além da falta de progresso nas promessas, a ONU também destaca a lacuna na implementação, segundo Reuters e Bloomberg.

O relatório indica que, ainda que por um período, o planeta vai exceder o limite de 1,5°C, “na direção de uma séria escalada de riscos climáticos e prejuízos”. Mas, como frisou o secretário-geral da ONU, António Guterres, “isso não é motivo para desistir; é motivo para intensificar e acelerar nossos esforços. 1,5°C até o final do século continua sendo nossa meta principal”.

Para manter o Acordo de Paris, é necessário fazer cortes rápidos e sem precedentes nas emissões, uma tarefa difícil de implementar, tendo em vista o crescimento das emissões de 2,3% ano a ano. Seria necessária a redução de 25% das emissões em 2030 – em relação aos níveis de 2019 – para chegar a 2°C, e 40% para 1,5°C, aponta a Folha.

Na Cúpula Mundial de Prefeitos do C40, no Rio de Janeiro, Guterres chamou atenção para a redução de 7,5% nas cidades que integram a rede de cidades comprometidas com as mudanças climáticas, informa o Valor. O documento “Integridade Importa: Conquistando o Futuro”, entregue ao secretário-geral da ONU, ressalta, no entanto, desafios como baixo investimento em energias renováveis e o lucro recorde de empresas de combustíveis fósseis. Além disso, lembra que desastres climáticos geraram R$ 1,3 trilhão em danos em 2023.

  • Em tempo: Apenas 3% da ajuda internacional para reduzir as emissões de carbono é direcionada para uma "transição justa" para trabalhadores e comunidades longe das indústrias poluentes. O dado é de uma análise da ActionAid, que alerta que a inação mundial com a crise climática corre o risco de aprofundar desigualdades. O documento também aponta que esta é a razão "oculta" para não termos visto uma ação climática em grande escala. A notícia é do Guardian.

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