Reino Unido restringe exploração de combustíveis fósseis no Mar do Norte

Novas explorações de petróleo e gás estão proibidas no Mar do Norte britânico, mas projetos ligados a campos já existentes poderão prosseguir.
27 de novembro de 2025
reino unido exploração combustíveis fósseis mar do norte
Tomasz Sienicki / via Wikipedia

O governo do primeiro-ministro Keir Starmer decidiu proibir a implantação de novos projetos de exploração de petróleo e gás fóssil na porção britânica do Mar do Norte. E também vetou a redução de impostos para empresas de combustíveis fósseis, uma demanda do setor petrolífero do Reino Unido.

Em um documento estratégico, o secretário de Segurança Energética e Net Zero do país, Ed Miliband, confirmou o endurecimento das medidas contra novas explorações, informa o Guardian. Mas o governo permitirá a exploração de possíveis reservas associadas a campos já em operação no Mar do Norte.

A proibição de novos projetos de petróleo e gás foi uma promessa fundamental do programa eleitoral do Partido Trabalhista, lembra o Net Zero Investor. As principais petrolíferas que operam atualmente na região incluem Shell, BP, Equinor, Harbour Energy e TotalEnergies.

Ao permitir projetos de “conexão” vinculados a campos em produção atualmente, o governo britânico espera encontrar um equilíbrio entre a proteção de milhares de empregos no Mar do Norte e o cumprimento dos compromissos climáticos do país. “Os trabalhadores e as comunidades do Mar do Norte têm ajudado a impulsionar o nosso país e o nosso mundo durante décadas. Este é o nosso plano para garantir que continuem a fazê-lo por muitas décadas vindouras”, explicou Miliband.

A manutenção do imposto sobre lucros extraordinários do petróleo e gás, apesar da forte pressão da indústria, pode apoiar o Reino Unido em sua transição energética. A avaliação é do Greenpeace, que também celebrou o fim de novas explorações de combustíveis fósseis no Mar do Norte.

“A produção de petróleo e gás impulsionou tanto a crise climática quanto a crise dos preços da energia, fazendo com que todos nós pagássemos caro enquanto as empresas de combustíveis fósseis embolsavam bilhões. Mas os ventos estão mudando. O futuro da energia britânica é, e precisa ser, de energias renováveis ​​limpas, estáveis ​​e produzidas localmente, não de combustíveis fósseis caros, voláteis e destrutivos para o clima”, disse a codiretora executiva do Greenpeace Reino Unido, Areeba Hamid.

Diretora executiva da Uplift – organização que atua para acelerar a transição energética no Reino Unido -, Tessa Khan diz que o governo está certo em acabar com a “ficção da perfuração sem fim” no Mar do Norte, “uma bacia envelhecida, com a maior parte do gás já consumida”. “Novas licenças não farão nada para estancar o declínio dos empregos”, explicou.

Agora é preciso ir além, afirma Tessa. “Precisamos que este governo seja mais ousado, para garantir que os empregos e a riqueza gerados pela transição para a energia limpa cheguem aos trabalhadores e às comunidades, e para assegurar que mantenhamos um clima habitável. Isso significa um plano adequado para os trabalhadores e o fim de todos os novos campos petrolíferos, incluindo o enorme campo de petróleo de Rosebank”.

O governo de Keir Starmer deverá decidir o destino de Rosebank no início do próximo ano. O projeto controverso obteve uma licença de exploração no governo anterior – o que significa que Miliband poderia dar o sinal verde final à operação do campo de petróleo e gás sem infringir o programa do seu partido. Mas com imenso impacto sobre as emissões de gases de efeito estufa e, por consequência, sobre a crise climática.

Energy Watch, Offshore Technology e Reuters também noticiaram a nova medida do governo britânico.

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