
Sincericídio? A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que o conselho de administração da petrolífera deve aprovar, até o final do ano, um projeto de transição energética “interessante e que não é greenwashing”. Donde se pode questionar: seriam “maquiagem verde” os demais planos da estatal para a área? Afinal, a empresa reduziu em 20% o valor previsto para a transição em seu Plano de Negócios 2026-2030, percentual bem maior que a redução global, de apenas 2%.
A fala de Magda se deu em um evento na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) na 6ª feira (5/12). Na ocasião, a executiva apresentou o novo plano de negócios da Petrobras para empresários fluminenses, lembrando que o plano se estende até 2050, quando a companhia pretende atingir emissões líquidas zero, informam Estadão, CNN Brasil e Correio do Estado.
Enquanto espera seu conselho aprovar o novo projeto “que não é greenwashing”, a Petrobras realizou suas primeiras entregas de combustível sustentável de aviação (SAF) no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, no Rio de Janeiro. Foi a primeira produção integral de SAF no país, informam Folha, Times Brasil, Poder 360, Brasil Energia, Petronotícias e Megawhat.
A petrolífera comercializou 3 milhões de litros de combustível (pouco) sustentável de aviação com distribuidoras que atuam no Galeão. O volume equivale a um dia de consumo nos aeroportos do estado do Rio de Janeiro, segundo a Petrobras.
O SAF das primeiras entregas foi produzido por meio de coprocessamento na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio, que está certificada para produzir e comercializar o combustível. A unidade tem autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para incorporar até 1,2% de matéria-prima renovável na produção de SAF por essa rota.
A Petrobras informou que está certificada para o uso de óleo técnico de milho (TCO), uma matéria-prima residual, ou óleo de soja, com uma redução prevista nas emissões líquidas de CO2 de até 87% na parcela renovável (ainda ínfima, vale lembrar). O produto obtido, segundo a empresa, é quimicamente idêntico ao combustível fóssil, mas com uma parcela derivada de matéria-prima sustentável.
A Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP), já realizou testes para produzir SAF pela rota de coprocessamento de óleo vegetal com correntes tradicionais de petróleo. Além disso, a previsão é que, em 2026, as refinarias de Paulínia (Replan), em São Paulo, e Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais, passem a produzir e comercializar o combustível.



