
A União Europeia está prestes a adiar sua proibição da venda de novos veículos com motor a combustão interna movidos a gasolina e a diesel em cinco anos, de 2035 para 2040. O adiamento era reivindicado pela maior economia do bloco, a Alemanha. No início de dezembro, o primeiro-ministro alemão, Friedrich Merz – o “xenófobo de Belém” – informou que enviaria uma carta à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, instando o bloco a manter opções tecnológicas em aberto para as montadoras.
A demanda, contudo, não é só da Alemanha. Outros cinco líderes da UE, incluindo Giorgia Meloni, da Itália, e Donald Tusk, da Polônia, pediram à Comissão Europeia o abrandamento das regras de emissões de veículos do bloco para impedir a proibição de fato desses motores. Primeiros-ministros exigiram que uma próxima revisão das regras do bloco para novos carros permita híbridos plug-in, veículos com extensor de autonomia e tecnologia de célula de combustível mesmo após 2035. A proposta consta de uma carta enviada à Ursula von der Leyen e vista pela Bloomberg.
O documento, também assinado por Robert Fico, da Eslováquia, e Viktor Orbán, da Hungria, busca influenciar o esforço da Comissão para oferecer mais flexibilidade à indústria automobilística europeia. O primeiro-ministro tcheco, Petr Fiala, e o premiê búlgaro, Rosen Zhelyazkov, também aderiram ao apelo.
A Comissão Europeia poderá anunciar em 16 de dezembeo um pacote de apoio ao setor automotivo local, incluindo uma versão atenuada do plano de eliminação gradual dos motores de combustão interna, disse uma fonte à Reuters. No entanto, o comissário europeu de transportes, Apostolos Tzitzikostas, afirmou no início desta semana que o pacote pode ser adiado para janeiro.
Embora o anúncio não tenha sido confirmado, a decisão aumenta a pressão sobre o Reino Unido para rever os compromissos de emissões líquidas zero do setor automotivo, segundo o The Times. O governo britânico se comprometeu a proibir a venda de novos carros a gasolina e diesel já a partir de 2030.
A possível extensão de prazo para motores a combustível fóssil na UE ocorre dias após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reverter políticas de seu antecessor Joe Biden que incentivavam veículos elétricos no país.
Em tempo: Mais flexibilizações a caminho na União Europeia. A Comissão Europeia elaborou propostas para reduzir ainda mais as leis ambientais do bloco, visando exigências para que indústrias relatem sua poluição e seus resíduos, de acordo com um documento preliminar visto pela Reuters. A proposta preliminar, que deve ser publicada amanhã (10/12), é a parte mais recente do esforço “omnibus” da UE para supostamente reduzir a burocracia para empresas e cortar regulamentações que, segundo as indústrias, prejudicam sua rentabilidade. A urgência climática que espere.



