Sem esperança e sem desespero

12 de novembro de 2019

Neste domingo, o Irã anunciou a descoberta de um novo campo de petróleo no sul do país, com mais de 50 bilhões de barris – mais de três vezes a mais otimista das projeções sobre o potencial da cessão onerosa que entrou em leilão na semana passada, a qual levou o governo a vaticinar que ocuparíamos o quinto posto entre os maiores produtores de petróleo no mundo. O achado pode aumentar em ⅓ o tamanho das reservas comprovadas de petróleo naquele país.

Ontem, a Climate Transparency divulgou relatório mostrando que as emissões de carbono das 20 maiores economias do mundo estão aumentando e que nenhum dos países do G20 possui planos que viabilizem a meta de limitar o aquecimento global em 1,5°C.

Notícias como estas testemunham a favor da tese do jornalista Claudio Angelo, autor do livro “A Espiral da Morte”: não há mais chance de limitar o esquentamento da Terra em 1,5°C, como estabelecido no Acordo de Paris como ideal para a segurança climática. Havia muito pouco tempo para isso e ele está sendo desperdiçado. A “ascensão da extrema-direita em países como os EUA (2º maior emissor), o Brasil (7º maior) e vários países da União Europeia (3º maior) reduz os espaços democráticos, manda às favas a cooperação internacional, corta ajuda financeira aos países pobres, refreia o ímpeto europeu de liderança e elimina a ciência das políticas públicas”. No lugar de 1,5°C, Claudio nos mostra que, sem desespero, é possível atuar com outras metas: “Cada termelétrica fóssil desligada e cada hectare de Amazônia preservado é menos carbono na atmosfera e menos desgraça no nosso caminho. O ambientalismo e a ciência importam mais do que nunca, e as tecnologias de substituição aos combustíveis fósseis também ajudam a melhorar a qualidade de vida de todo mundo. A transformação da economia global já em curso precisa ser acelerada e a dimensão climática não pode mais ficar de fora da política e do voto. Não salvar tudo não significa perder tudo. Mas é preciso pressa e – sim – uma boa dose de radicalismo para salvarmos o que resta.”

 

ClimaInfo, 12 de novembro de 2019.

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