A interação entre o jet-stream e os trópicos

jet-stream

Habitantes do hemisfério norte estão ficando acostumados a ouvir falar e sentir os efeitos do jet-stream, principalmente quando o aquecimento no Ártico enfraquece os ventos e os sistemas de tempo – tanto ondas de calor quanto de frio – ficam parados sobre os continentes. Um artigo de Tim Woollings, no Carbon Brief, fala do que há de mais recente nas pesquisas sobre o jet-stream e, principalmente, sobre a forte influência dos trópicos no seu comportamento. Aliás, a influência é bidirecional: sistemas como o El Niño – Oscilação Sul (ENSO) – tanto afetam o jet-stream como vice-versa.

O “motor” do jet-stream é a diferença de temperatura atmosférica entre os pólos e o Equador. O ar mais quente no Equador tende a se elevar e a se mover em direção aos polos onde esfria e completa o circuito.

Durante um El Niño, os ventos sobre o Pacífico tropical enfraquecem e, em princípio, enfraquecem o jet-stream. Além disso, o movimento ondulatório do jet-stream encontra menor resistência do ar tropical e a ondulação aumenta criando as condições para as ondas de calor que começaram a aparecer em latitudes elevadas, onde eram raras.

Pesquisas recentes estão mostrando que o aquecimento dos oceanos por conta da mudança do clima tende a acentuar estes efeito.

Woollings é bastante cuidadoso sabendo que ainda há muito o que estudar sobre essas dinâmicas. Afinal, elas são pontos importantes que ligam os tempos curtos da meteorologia com os tempos longos do clima.

 

ClimaInfo, 11 de março de 2020.

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