A escalada da COVID-19 no Brasil segue sem sinais de alívio. Mesmo com a subnotificação, os casos confirmados da nova doença no país superaram 254 mil nesta 2ª feira (18/5), o que colocou o Brasil em 3º lugar no ranking global da pandemia, atrás apenas da Rússia e dos EUA.
Do total de mortes registradas no Brasil, 54,8% são de negros e pardos, o que explicita como a pandemia está se desenvolvendo no país a partir das diferenças sociais de renda e de cor de pele.
“Isso já era conhecido e até esperado. Negros e pardos em grande medida pertencem às classes econômicas mais baixas e são quem tem menos assistência médica”, comentou o infectologista Marcos Boulos, da Superintendência de Controle de Endemias de São Paulo, a Arthur Sandes no UOL. “As condições econômicas piores significam assistência médica pior, o que resulta em condições piores de atendimento”.
E o avanço da doença no país derrubou um dos primeiros mitos usados para minimizar o risco da COVID-19: o de que o clima mais quente poderia atrapalhar a propagação do novo coronavírus. Segundo estudo publicado ontem na Science, o clima até pode influenciar a intensidade da transmissão do vírus, mas não está claro se variações de estação e de geografia podem alterar a trajetória de contaminação.
Os autores do estudo, da Universidade de Princeton (EUA), notaram que o calor não faz diferença no início da pandemia: sem medidas de controle preventivo, espera-se que áreas mais quentes registrem surtos tão fortes quanto nas áreas mais frias. No entanto, o clima mais quente pode ter algum efeito sobre o tamanho e o ritmo de crescimento da pandemia, mas ainda não está clara a dimensão do impacto.
O estudo mostra também que, no longo prazo, o coronavírus passe a circular permanentemente, o que pode aumentar a influência do clima sobre sua incidência.
O G1 fez uma síntese das principais conclusões do estudo.
ClimaInfo, 20 de maio de 2020.
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