A União Europeia deve identificar companhias que causam problemas ao meio ambiente, de maneira a que bancos e investidores lidem melhor com os riscos relacionados à crise climática. A recomendação veio do Banco Central do Bloco para a Comissão Europeia, que discute medidas para incentivar investimentos verdes em seu sistema financeiro.
Segundo o BC europeu, “tanto bancos quanto investidores sofrem hoje com uma ausência de definição sobre atividades marrons, o que poderia ajudar a construir um marco para avaliação de risco”. Assim, o órgão defende que a UE faça essa definição e ajude os agentes do mercado financeiro a diferenciar, de forma mais clara, atividades e projetos com alto impacto ambiental.
A proposta do BC europeu se encaixa numa percepção mais ampla sobre os riscos que a crise climática traz para a economia global. Um relatório recente da Finance Watch recomenda que as instituições bancárias apliquem critérios mais exigentes para diminuir investimentos em projetos de energia fóssil que contribuam para a mudança do clima.
O Financial Times explora algumas conclusões do estudo e destaca que o caminho recomendado por ele pode ser interessante para quebrar um loop problemático – hoje, o sistema financeiro financia atividades fósseis que, por sua vez, causam a mudança do clima e, assim, criam mais riscos para as instituições financeiras.
Em tempo: Enquanto autoridades e investidores discutem medidas para impulsionar investimentos verdes no resto do mundo, o Brasil segue na contramão. O governo federal prepara os últimos detalhes de um plano de resgate para montadoras de automóveis afetadas pela pandemia no país. De acordo com a Folha, o pacote proposto pelo BNDES em parceria com bancos privados prevê créditos de cerca de R$ 4 bilhões por empresa beneficiada, sem qualquer tipo de contrapartida tecnológica ou ambiental.
ClimaInfo, 9 de junho de 2020.
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