Uma investigação recente feita nos EUA identificou um grupo de hackers mercenários que atacou ativistas climáticos envolvidos em uma campanha contra a gigante petrolífera ExxonMobil. Esse ataque foi direcionado a milhares de indivíduos e centenas de instituições em seis continentes, incluindo organizações de advocacy, jornalistas, políticos e empresas.
Os detalhes foram revelados na semana passada pelo Citizen Lab, um projeto da Universidade de Toronto (Canadá) que investiga a segurança cibernética. Nesses ataques, os alvos receberam mensagens eletrônicas suspeitas, nas quais os remetentes se disfarçavam de colegas e advogados das organizações envolvidas na campanha contra a ExxonMobil.
Não se sabe exatamente quantas pessoas tiveram seus dados realmente roubados, mas especula-se que ao menos contatos de endereços eletrônicos tenham sido capturados.
De acordo com a investigação, essa operação teria sido conduzida por uma companhia na Índia. Entre os alvos dos ataques, estão entidades como o Greenpeace, o Rockefeller Family Fund e o Climate Investigations Center.
Em seu relatório, o Climate Lab informou que não conseguiu identificar claramente quem teria contratado os hackers. Por ora, a ExxonMobil não foi acusada de envolvimento nesta operação. Um porta-voz da companhia respondeu ao Guardian que não existe qualquer envolvimento dela com esta situação e acusou o Climate Lab de receber financiamento de “grupos anti-combustíveis fósseis”. Promotores federais em Nova York confirmaram que uma pessoa já foi presa no âmbito desta investigação, no ano passado, acusada de falsidade ideológica, fraude postal e conspiração para cometer violação digital.
Por ora, a ExxonMobil não foi acusada de qualquer crime.
ClimaInfo, 15 de junho de 2020.
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