Pandemia reabre debate sobre investimentos verdes no Brasil

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A crise global causada pela pandemia colocou economias inteiras no “divã”: como se recuperar sem cair no risco de uma nova doença vir a causar disrupções como esta no futuro? A resiliência virou uma palavra-chave na cabeça de lideranças políticas e empresariais nos últimos meses – e soou como música para os ouvidos do mercado financeiro, machucado por meses de instabilidade e pela perspectiva de novos meses de incerteza.

Para o Valor, Sergio Adeodato ouviu especialistas, investidores, empresários e gestores públicos sobre como o debate acontece no Brasil. O tom de todos é muito parecido: a pandemia intensificou mudanças que vinham acontecendo lentamente nos últimos anos, como a preocupação com transparência de gestão e a clareza sobre os riscos socioambientais dos negócios.

“Embora ainda haja forte pressão por resultados financeiros, o setor empresarial já tem apresentado sinais de que está despertando para o que a ciência vem alertando há anos: há total interconexão entre o bem-estar dos negócios, das finanças e do planeta”, escreve Marina Grossi em artigo no Valor. “Os próprios investidores começam a se mexer neste sentido, sinalizando que o resultado econômico a qualquer custo pode, nos médio e longo prazo, comprometer a sobrevivência das empresas”.

No entanto, o caminho para que isso se concretize e ganhe escala dentro do mercado financeiro depende da conscientização das lideranças políticas sobre a relevância de se promover investimentos e negócios mais sustentáveis – o que é um problema no caso deste Brasil atual.

Em tempo: O Parlamento Europeu aprovou na 5ª feira (18/6) regras para criação de um “selo verde” que destaque empresas e projetos que atendam aos requisitos ambientais da União Europeia e, assim, possam receber recursos do pacote bilionário de recuperação econômica do bloco. A legislação define cinco objetivos ambientais, sendo que a atividade em questão recebe o selo se contribuir para pelo menos um deles sem prejudicar significativamente nenhum dos outros: 1) mitigação e/ou adaptação climática; 2) uso sustentável dos recursos hídricos e marinhos; 3) transição para uma economia circular; 4) prevenção e controle de poluição; e 5) proteção e restauração da biodiversidade e dos ecossistemas.

 

ClimaInfo, 23 de junho de 2020.

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