Hidrogênio, o “queridinho da vez” da indústria energética

Hidrogênio

Na busca por um combustível que seja capaz de substituir as fontes fósseis de energia, o hidrogênio é dos candidatos mais fortes. O gás é visto pelo setor energético como um combustível que pode ajudar na descarbonização da geração elétrica, do transporte e da construção civil.

Para a indústria de energia, angustiada com as perspectivas do petróleo e do gás nas próximas décadas, o hidrogênio tem sido foco de interesse e de investimentos do setor, com o objetivo de torná-lo viável para substituir os combustíveis fósseis.

Gigantes do petróleo, como Shell, Equinor e BP aplicaram dezenas de milhões de dólares nos últimos anos em projetos-piloto. No entanto, com a pandemia e a corrosão dos preços das fontes fósseis no mercado internacional, os investidores estão pressionando as empresas a redobrar esforços em pesquisa e desenvolvimento do hidrogênio como fonte de energia.

De acordo com reportagem da Bloomberg, os pacotes de incentivo econômico na Europa devem servir como pontapé inicial para novas tecnologias à base de hidrogênio.

No entanto, obstáculos práticos antigos seguem dificultando um avanço rápido da tecnologia. O método de produção de hidrogênio sem liberação de dióxido de carbono – que gera o chamado “hidrogênio verde”, feito a partir da água salina em processo elétrico – continua sendo mais caro, chegando a cerca de US$ 7,50 por quilo, mais alto que o hidrogênio feito a partir da conversão de gás natural, que custa em média US$ 2,40 por quilo. Em suma, dar escala para o combustível será o principal desafio, já que a tecnologia segue sendo cara.

Em tempo: A Comissão Europeia deve publicar na próxima semana sua estratégia para hidrogênio, que servirá como base para a regulação da UE para produção do combustível e seu uso em setores intensivos em emissões de carbono, como a indústria química e os transportes. De acordo com a Reuters, mais de 30 grupos industriais e empresas de energia firmaram carta à Comissão pedindo que adote uma “abordagem tecnológica neutra”, sem priorizar o hidrogênio renovável em detrimento de outros tipos de hidrogênio. Para alguns europarlamentares, existe o risco de que os recursos do fundo de incentivo da UE acabem financiando infraestrutura que amarre a Europa à geração de hidrogênio mais “sujo”. Já para as empresas, o hidrogênio “verde” seria uma alternativa econômica inviável para o setor.

 

ClimaInfo, 30 de junho de 2020.

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