As críticas internacionais à política ambiental no Brasil impulsionaram um esforço abrangente dentro do Congresso Nacional para que os parlamentares fizessem frente à falta de iniciativa do governo Bolsonaro na área. A Reuters fez uma matéria interessante sobre como deputados e senadores estão aproveitando esse contexto para costurar um consenso entre os congressistas em torno de projetos importantes para a proteção ambiental.
Na Câmara, Rodrigo Maia criou um grupo de trabalho reunindo parlamentares ambientalistas e ruralistas com o objetivo de se identificar projetos prioritários e se chegar a uma solução negociada que garanta rápida aprovação. “Não é fácil, não é simples, é desafiador. Mas acho que a gente tem grandes chances de poder avançar, não tudo neste ano, mas a gente precisa mandar o recado que o desmatamento ilegal precisa parar”, avaliou o deputado Rodrigo Agostinho, quem chefia o grupo.
Um dos obstáculos para o consenso tem sido o projeto de regularização fundiária, PL 2.633. Com apoio do governo, ruralistas defendem que a iniciativa contribuiria para melhorar a proteção ambiental, especialmente na Amazônia. No entanto, ambientalistas ressaltam diversos aspectos do texto, especialmente a flexibilização das exigências de vistoria presencial nas propriedades rurais, que podem resultar em mais desmatamento.
Em tempo: O ator Leonardo DiCaprio compartilhou em seu Instagram, neste final de semana, dados destacados pelo jornal The Guardian sobre o aumento do desmatamento na Amazônia, com críticas ao governo Bolsonaro. O ator ressaltou o crescimento de 28% no número de focos de incêndio na floresta no mês de julho e o negacionismo do presidente, que contestou esse aumento na semana passada. O Correio Braziliense lembrou que, no ano passado, Bolsonaro acusou – sem qualquer prova – DiCaprio de “colaborar com queimadas na Amazônia” por conta de supostas doações feitas a organizações não governamentais que estariam envolvidas com os incêndios.
ClimaInfo, 17 de agosto de 2020.
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