Um verão de muito calor, incêndios e apagões na Califórnia

Califórnia

Poucos lugares parecem ilustrar com mais força a crise climática e a intensificação dos eventos extremos do que a Califórnia. Os últimos verões foram marcados por estiagens brutais, que causaram o colapso do abastecimento de água no estado mais rico dos EUA. Além disso, os incêndios florestais decorrentes da vegetação ressecada engoliram cidades inteiras, causando destruição em proporção inédita.

Neste verão, a situação não é diferente. A Califórnia registra a pior onda de calor em 70 anos, o que forçou uma sobrecarga no sistema de fornecimento de eletricidade. O resultado disso são os tão temidos “apagões”, iguais aos vividos em 2001 e que seguem bastante vivos na memória de muitos californianos. Na 6ª feira e no sábado, a operadora da rede elétrica do estado teve que desligar o sistema, deixando milhões de pessoas sem energia – e sem ter como se refrescar do calor inclemente, piorado com as restrições da pandemia.

Os blecautes também estão acontecendo por conta das queimadas, para se evitar que a rede cause novos focos. Nos últimos dias, bombeiros vêm lutando para apagar as chamas em uma área verde ao norte de Los Angeles. O incêndio, que teria sido causado por atividade humana ainda não identificada, já consumiu cerca de 6,8 mil hectares e deixou 1,5 mil pessoas desabrigadas.

Para piorar, a Califórnia pode ter registrado no último domingo (16/8) a mais alta temperatura já registrada no planeta em pelo menos um século. Termômetros no Vale da Morte marcaram 54,4°C na sombra, de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA. O dado ainda é preliminar, mas, caso seja confirmado, pode ser a temperatura mais alta já registrada no mundo desde julho de 1913 e a 3ª maior desde o começo das medições.

 

ClimaInfo, 18 de agosto de 2020.

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