O Dust Bowl, que engoliu as Grandes Planícies no centro-sul dos EUA nos anos 1930, é considerado um dos primeiros desastres naturais causados pelo ser humano no país e, até hoje, é considerado um trauma nacional. Nove décadas depois, no entanto, existe o risco de que ele se repita – e com mais força. De acordo com um estudo publicado nesta semana na Geophysical Research Letters, os níveis de poeira atmosférica estão subindo nessa região a uma taxa de 5% ao ano. Associado com a expansão da atividade agrícola e com uma estiagem mais prolongada, os pesquisadores sustentam que as condições para novas tempestades de poeira estariam asseguradas.
Nos anos 1930, o Dust Bowl foi resultado de condições climáticas mais secas e do avanço da agricultura nas Grandes Planícies, que expôs o solo aos fortes ventos que sopram do norte. Assim, nuvens densas de poeira tomaram conta de vastas áreas nessa região, causando perdas econômicas e problemas de saúde para os moradores. Ao final daquela década, o governo Roosevelt implementou um plano de recuperação de áreas que conseguiu impedir que outros episódios desse tipo ocorressem nos anos seguintes. No entanto, a retomada da atividade agrícola na região, impulsionada pela demanda por biocombustíveis, pode colocar tudo a perder. UPI deu mais detalhes sobre o estudo e suas conclusões preocupantes.
Em tempo: Em mais um lance para tentar resgatar sua imagem, faltando menos de três semanas para as eleições presidenciais, Donald Trump assinou nesta semana uma ordem executiva que cria uma comissão governamental com o objetivo de viabilizar a implementação de um plano internacional que tem como meta plantar um trilhão de árvores pelo mundo. O esforço, que é liderado pelo Fórum Econômico Mundial, foi abraçado por Trump como um caminho para se apresentar como “o presidente mais ambientalista da história”. No entanto, o decreto não estabelece metas nem prazos. Além disso, a própria Casa Branca vem atuando para facilitar a exploração de madeira, relaxando regras para o corte de árvores em áreas federais.
ClimaInfo, 15 de outubro 2020.
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