Como uma empresa de consultoria global se disfarçou de movimento popular em favor da indústria petroleira

indústria do petróleo

No início de 2017, o site Texans for Natural Gas entrou no ar para exortar eleitores a apoiar o fracking. Na mesma época, o Arctic Energy Center intensificou sua defesa da perfuração em águas do Alasca e em um vasto refúgio de vida selvagem no Ártico. No ano seguinte, a Main Street Investors Coalition alertou que o ativismo climático não ajuda os pequenos investidores no mercado de ações. Por trás dessas aparentes manifestações legítimas da sociedade, no entanto, estava um poderoso esquema de relações públicas para promoção de combustíveis fósseis capitaneado pela FTI Consulting a serviço de algumas das maiores empresas de petróleo e gás do mundo. Quem conta a história é o New York Times, que ouviu ex-funcionários da consultoria. A anatomia desse trabalho ajuda a entender os esforços da indústria do petróleo para influenciar a opinião pública em face da crescente pressão política sobre a mudança climática – uma questão que tende a ganhar destaque na gestão Biden.

Em tempo: Parece que nem a vacina da COVID-19 salvará os preços do barril do petróleo – e das ações das empresas envolvidas em sua produção. É o que mostra uma matéria do Financial Times que analisou o comportamento do mercado não só no passado recente, mas também os contratos futuros para anos nos quais a pandemia já deverá ser uma lembrança distante. Não há, no horizonte, perspectiva de recuperação de preços. Para investidores, empresas tão diferentes como BP, que aposta em renováveis, e Exxon, que está dobrando a aposta nos fósseis, passarão igualmente por anos de vacas magras, embora por motivos diferentes. Na Reuters, a igualmente pessimista percepção da Agência Internacional de Energia.

 

ClimaInfo, 13 de novembro 2020.

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