A ativista sueca Greta Thunberg deu uma entrevista exclusiva a Leonardo Sakamoto, no UOL, na qual falou sobre sua experiência de mobilização climática da juventude e sobre as perspectivas do mundo sob crise climática.
“Minha ideia de esperança não é fazer você sentir que tudo ficará bem, que não precisamos fazer nada. Minha ideia de esperança é ter motivação suficiente para levantar e continuar lutando mesmo que as chances estejam contra você”, disse Greta.
Questionada sobre um “tom alarmista” em suas declarações, ela reforçou que é a ciência quem está deixando cada vez mais clara a gravidade da crise climática: “A menos que seja tratada como uma crise existencial, não seremos capazes de resolvê-la”. Para Greta, o cenário é claro: a situação é grave e está piorando, e a única coisa que pode fazer com que tenhamos alguma chance de evitar as piores mudanças no clima global está na ação imediata de todos.
Greta também comentou sobre as críticas de Jair Bolsonaro, que a chamou de “pirralha” no ano passado. Ela entende que a reação do presidente brasileiro é um reflexo da ameaça que certos interesses enxergam no ativismo climático jovem. “Acho que é um sinal de que as pessoas estão ficando desesperadas; elas precisam simplesmente silenciar as pessoas que estão se manifestando”.
Em tempo: Um levantamento feito pelo Royal College of Psychiatrists sugeriu que mais da metade dos psiquiatras infantis e juvenis do Reino Unido está tratando pacientes com algum tipo de ansiedade associada ao meio ambiente. Essa “ansiedade ecológica”, como tem sido chamada, pode causar prejuízos à saúde mental desses jovens no longo prazo. O relatório elencou sinais associados a esse problema, como baixo astral, raiva, insônia, pânico e culpa, e aconselha profissionais e pais sobre possíveis abordagens para tratamento desses jovens.
The Guardian deu mais detalhes sobre o estudo.
ClimaInfo, 23 de novembro 2020.
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