Setor elétrico global pode se descarbonizar até 2050, defende diretor da IEA

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Em entrevista a Assis Moreira no Valor, o diretor-executivo da Agência Internacional de Energia (IEA), Fatih Birol, deu mais detalhes sobre o plano que vem sendo desenhado pela organização para propor estratégias de descarbonização do setor energético global até 2050, em linha com as metas climáticas do Acordo de Paris e com os compromissos recentes anunciados por diversos governos em prol da neutralização das emissões líquidas de carbono nas próximas décadas.

Birol reconheceu que essa tarefa não será fácil e exigirá não apenas compromissos mais ambiciosos por parte de governos e empresas, mas também novos investimentos na geração de energia renovável. Nesse sentido, ele defendeu que a energia nuclear seja vista como uma opção para que os países possam atingir emissões líquidas zero para o setor energético até 2050, a despeito das polêmicas em torno dessa tecnologia. Na corrida pela descarbonização, Birol afirmou ver o Brasil em uma posição interessante, por conta da matriz elétrica peculiar do país, baseada em hidrelétricas, e no grande potencial para a geração solar e eólica.

Em tempo: No ano passado, a China anunciou um compromisso para atingir a neutralidade do carbono até 2060. A promessa foi bem recebida mundo afora, mas internamente a recepção foi menos calorosa. Como ressaltado pela Bloomberg, governos locais e algumas indústrias estão buscando maneiras para “driblar” a meta climática definida por Pequim. “Sem os incentivos adequados e apoio fiscal, a promessa de Xi Jinping para 2060 corre o risco de se tornar um fardo para os governos locais, que já lutam com dívidas crescentes”, explicou a reportagem.

 

ClimaInfo, 26 de janeiro de 2021.

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