Petroleiras seguem enfrentando incertezas, mesmo com reaquecimento da demanda

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O mercado mundial de petróleo se recupera do choque de demanda causado pela pandemia no ano passado, mas ainda enfrenta um alto grau de incerteza que coloca a indústria fóssil numa posição vulnerável inédita em sua história. Essa é a conclusão da Agência Internacional de Energia (IEA) em seu novo relatório sobre as expectativas do setor petroleiro para o ano de 2021.

Por um lado, considerando a situação atual, o relatório projeta um aumento da demanda por petróleo, de maneira a superar os níveis pré-pandemia ainda neste ano. Nesse ritmo, o pico da demanda – ou seja, o nível mais alto de consumo de petróleo antes da queda necessária para se viabilizar as metas climáticas do Acordo de Paris – aconteceria em 2026, quando o consumo de petróleo atingiria 104 milhões de barris por dia, volume diário 4% maior que aquele registrado em 2019. Por outro lado, caso os governos tirem do papel seus compromissos climáticos mais ambiciosos no curto prazo, o pico da demanda pode ser antecipado – ou até mesmo ter sido superado, com consumo cada vez mais baixo a partir de agora. Guardian e Wall Street Journal destacaram essa análise.

De toda maneira, o setor petroleiro está se preparando para um reaquecimento do mercado de combustíveis fósseis em 2021. Segundo o Financial Times, alguns atores desse mercado esperam um boom histórico de demanda nos próximos cinco anos, impulsionado pelos grandes pacotes econômicos pós-pandemia e pela estabilização dos preços internacionais em patamares mais altos. Ainda assim, a pressão crescente de cientistas e ativistas pela aceleração da transição energética para fontes renováveis torna esse cenário mais nebuloso.

 

ClimaInfo, 19 de março de 2021.

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