Em uma área recém-desmatada na Malásia, pesquisadores deixaram a mata se regenerar sozinha em um pedaço e, na outra parte, promoveram uma restauração ativa, plantando árvores e eliminando ervas e trepadeiras indesejadas. Ambas foram protegidas contra incêndios e, claro, desmatadores. Ao final de 20 anos, a mata plantada estava fixando 50% mais carbono do que a autorregenerada.
Os pesquisadores supõem que o principal motivo foi a baixa dispersão de sementes na primeira área. Ao desmatar as grandes árvores, reduz-se o número de animais grandes o suficiente para dispersar suas sementes, como antas e tucanos. Assim, as sementes alcançam poucos metros da árvore mãe e, na área de regeneração natural, a densidade de grandes árvores foi bem menor do que na área plantada. Os resultados da pesquisa saíram na Science em 2020. Agora, os autores publicaram um artigo interessante a respeito na Conversation.
O INPE e a Universidade de Bristol estudaram a regeneração natural em lugares diferentes da Floresta Amazônica. Os pesquisadores mostraram que em áreas que sofreram queimadas ou que foram desmatadas repetidamente, o crescimento foi entre 20% a 55% menor do que em áreas menos destruídas. A importância da restauração florestal é cada vez maior dado seu papel de remoção do CO2 da atmosfera, e o desmatamento predatório é um duplo obstáculo à regeneração. O trabalho saiu na Nature e foi comentado na Science Daily.
Lembrando que a ONU declarou os dez anos entre 2021 e 2030 como a “Década da Restauração”.
ClimaInfo, 25 de março de 2021.
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