Crise climática amplia desigualdades e violações de Direitos Humanos, alerta Anistia Internacional

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A crise climática ameaça os Direitos Humanos em proporções inéditas, alertou a Anistia Internacional em um novo relatório lançado no Brasil na semana passada. De acordo com a análise, os esforços climáticos dos países estão aquém do necessário para conter as piores consequências do aquecimento do planeta, o que pode condenar milhões de pessoas a viver em situação de pobreza e abusos, especialmente nas comunidades e nações mais pobres. O relatório também apresenta recomendações para os governos reforçarem seus compromissos e ações contra a mudança do clima.

O documento mostra que um aquecimento de 1,1°C acima dos níveis pré-industriais, cenário já atingido, está causando impactos devastadores (como ondas de calor, incêndios florestais, tempestades tropicais e secas) que ameaçam direitos à água, à moradia, à saúde, ao saneamento e ao trabalho, entre outros. Citando dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o relatório também destaca que a previsão de intensificação de eventos extremos poderá causar até 250 mil mortes a mais por ano entre 2030 e 2050, causadas por malária, desnutrição, diarreia e pelo estresse térmico.

“As mudanças climáticas são uma crise de Direitos Humanos”, observou Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional Brasil. “Neste relatório, a Anistia Internacional cobra dos governos e das empresas um compromisso com a superação da crise climática que ameaça o nosso futuro enquanto espécie – e que já ameaça o presente de muitos”. Ela também exortou o governo brasileiro e o Congresso Nacional a reverterem o desmonte da agenda ambiental promovida por Bolsonaro nos últimos anos. “Não há mais espaço para o negacionismo”.

Correio Braziliense, Folha e O Globo repercutiram essa análise.

 

ClimaInfo, 16 de agosto de 2021.

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