Financiamento climático: meta de US$ 100 bi anuais deve ser atingida apenas em 2023

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A Presidência da COP26 divulgou nesta 2ª feira (25/10) uma análise sobre os caminhos para o financiamento climático internacional chegar à marca de US$ 100 bilhões anuais. A promessa foi feita pelos países desenvolvidos em 2009, durante a malfadada Conferência de Copenhague (COP15), com data-limite para 2020. No entanto, de acordo com a análise apresentada pelo governo do Reino Unido, é provável que essa meta seja atingida apenas em 2023.

Elaborado com a colaboração dos governos da Alemanha e do Canadá, o relatório também apresenta um roteiro para os países desenvolvidos viabilizarem o financiamento de US$ 100 bilhões anuais. De acordo com o documento, o cumprimento de compromissos recentes para ampliar esse fluxo de recursos e a adição de novos recursos nos próximos anos serão estratégicos não apenas para o atingimento dessa meta, mas também para dar aos países pobres mais ajuda a partir de 2025. As estimativas apontam que o financiamento climático internacional pode chegar a US$ 117 bilhões em 2025.

“Podemos e devemos fazer mais para que o financiamento flua para as nações em desenvolvimento. Portanto, na preparação para a COP26, é vital que tenhamos mais promessas dos países desenvolvidos e ações sobre as principais prioridades, como acesso a financiamento e financiamento para adaptação”, afirmou Alok Sharma, presidente da Conferência de Glasgow.

No entanto, para os países pobres, as promessas não atendem aos seus anseios. “Por mais de dez anos, eles [países ricos] prometeram que esse financiamento climático seria cumprido, mas, ano após ano, eles atrasam. É absolutamente vergonhoso”, comentou Mohamed Adow, da Power Shift Africa, ao Guardian. Já a Oxfam lembrou que os países ricos “convenientemente” estão ignorando o passivo de recursos dessa meta que não foi destinado para financiamento climático desde o ano passado. “Esse déficit, que começou a se acumular em 2020, provavelmente chegará a várias dezenas de bilhões de dólares”, disse Jan Kowalzig, conselheiro sênior de política climática da organização.

Valor, Associated Press, BBC, Business Green, Climate Home, Independent, Reuters e Washington Post repercutiram esses dados. Já o Carbon Brief fez uma análise mais abrangente sobre o relatório.

 

ClimaInfo, 26 de outubro de 2021.

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