Crise climática e guerra civil causam onda de deslocados em Moçambique

12 de janeiro de 2022

A ONU considera Moçambique um dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas. Desde 1970, o país passou por 79 eventos extremos – o segundo mais atingido do continente depois da África do Sul. Além disso, há anos muitas regiões moçambicanas convivem com uma severa crise hídrica e consequente dificuldade para a produção de alimentos. Os problemas ambientais e a fome somados a um conflito civil iniciado em 2017 têm levado uma multidão – mais de 700 mil pessoas – a se deslocar pelo país em meio à violência generalizada contra mulheres e crianças. A Folha descreve em detalhes a situação crítica de Moçambique, um dos países que menos contribuíram para as mudanças climáticas e que já figura entre os primeiros a pagar esta conta. Por falar em conta, a BBC Brasil questiona quem vai pagar os prejuízos dos impactos causados pela crise climática – tema que será central na COP27, no Egito. Os países ricos deixaram claro em Glasgow sua forte resistência a assumir responsabilidades no tema, insistindo em abordagens de auxílio humanitário, insuficientes para lidar com a questão. Sobretudo agora que as mudanças no clima estão destruindo safras e inflacionando o custo dos alimentos em nível global, como destaca o FT. No mesmo tema, o Climate Home reporta como o Tufão Rai, que atingiu severamente as Filipinas em dezembro matando mais de 400 pessoas, está levando a uma severa crise de fome no país. Autoridades locais estimam os danos em US$ 230 milhões, na pesca e na agricultura, e US$ 350 milhões no caso de infraestruturas danificadas, como casas, estradas, linhas de eletricidade e tubulações de água. E é claro que nem todos os prejuízos podem ser resolvidos com dinheiro. “Quando os países perdem suas ilhas devido ao aumento do nível do mar e eventos extremos, eles perdem sua cultura e suas tradições. Não existe adaptação para isso”, disse à BBC Le-Anne Roper, coordenadora de perdas e danos da Aliança dos Pequenos Estados Insulares (AOSIS, na sigla em inglês).

Em tempo: É possível que a emergência climática leve o país mais fechado do mundo a uma maior cooperação internacional. Devastada nas últimas décadas por uma série de eventos climáticos extremos, a Coreia do Norte é quase completamente dependente de dinheiro e conhecimentos externos para lidar com o tema. Durante um treinamento online em outubro, Pyongyang demonstrou estar disposta a se engajar em uma série de questões ambientais, incluindo a luta global contra a mudança climática. O principal interesse norte-coreano está no “crescimento verde”, relata o FT.

 

ClimaInfo, 13 de janeiro de 2022.

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