Índia sob clima extremo: calor no oeste, ciclone no leste

Índia ciclone Asani
The Weather Channel

O subcontinente indiano, no sul da Ásia, vive dias de extremos climáticos. Há quase um mês, boa parte do noroeste e do norte do país, bem como a maior parte do Paquistão, experimentam uma forte onda de calor que elevou as temperaturas para a casa dos 45°C. Agora, a porção leste da Índia, bem como Bangladesh, se preparam para a chegada do ciclone Asani, que deve levar chuvas fortes para algumas das áreas afetadas pelo forte calor.

De acordo com o Departamento Meteorológico da Índia, os estados de Andhra Pradesh, Odisha e Bengala Ocidental devem sofrer com os impactos mais fortes da tempestade, com a previsão de chuvas de até 115 milímetros acumulados em 24 horas. A expectativa é de que o Asani perca força até o começo desta 3a feira (10/5), transformando-se em uma tempestade ciclônica com ventos de até 95 km/h. The Weather Channel deu mais informações.

Enquanto isso, do outro lado do subcontinente, o calor intenso deve continuar até o final do mês. O Washington Post informou que as temperaturas mais altas provocaram o derretimento de geleiras no norte do Paquistão, o que causou uma inundação repentina na região do Monte Shishpar. A água irrompeu com velocidade, destruindo uma barragem e invadindo casas e edifícios no distrito de Hunza. O colapso da geleira também preocupa os cientistas, tanto pela velocidade na qual aconteceu como pela precocidade do ocorrido, ainda em plena primavera, quando as temperaturas tendem a ser mais amenas do que no verão.

Na Índia, o forte calor das últimas semanas sinaliza que a atual onda pode ser a mais severa da história recente, superando aquelas registradas em 1998 e 2015. No entanto, como também destacou o Washington Post, os óbitos por ora são muito mais limitados do que no passado. Para especialistas, uma possível resposta é a própria capacidade dos indianos de experimentar e suportar episódios desse tipo, moldada por recordes seguidos de temperatura alta e ondas de calor mais frequentes. Ainda assim, os impactos não são desprezíveis: além das perdas na lavoura, o forte calor causa prejuízos econômicos na produtividade dos indianos, com a perda média de mais de 100 bilhões de horas de trabalho por ano.

 

ClimaInfo, 10 de maio de 2022.

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