Clima extremo: Espanha faz o 1º batismo de onda de calor, “Zoe”

Espanha onda de calor Zoe
proMETEO Sevilha

A forte onda de calor que assola o continente europeu nas últimas semanas ganhou um nome: Zoe. O “batismo” foi feito pelo serviço proMETEO Sevilla, um projeto-piloto da prefeitura de Sevilha (Espanha) com o Centro de Resiliência Climática da Fundação Arsht-Rock.

A lógica é a mesma do modelo que monitora e nomeia tempestades tropicais no Atlântico: a partir da média de temperatura alta registrada em um dado período, mensurada dentro de uma métrica que vai da categoria 1 (mais fraca) até a 3 (mais forte), este sistema permite acompanhar com mais detalhe o comportamento do calor e seus efeitos sobre a saúde humana e o meio ambiente. Zoe foi considerada uma onda de calor do tipo 3.

O sistema possui critérios específicos para cada categoria, envolvendo não apenas temperaturas diurnas, mas também mínimas noturnas, umidade e os efeitos esperados do calor na saúde humana. Cada camada aciona um conjunto de serviços de resposta a emergências, como emissão de alertas climáticos, abertura de centros de resfriamento e envio de equipes de saúde comunitárias para verificar populações vulneráveis.

“À medida que as mudanças climáticas continuam a intensificar a temperatura, a frequência e a duração das ondas de calor na região, o novo sistema de categorização e nomeação de ondas de calor foi projetado para aumentar a conscientização e informar os moradores de Sevilha sobre os efeitos perigosos do calor na saúde humana”, explicou um porta-voz do proMETEO Sevilla, citado pelo Independent. g1, Scientific American, TIME e Vice também repercutiram a notícia.

O calor não está causando problemas apenas em terra firme. No Mediterrâneo, a temperatura da superfície da água está em alguns pontos até 5ºC acima da média. De acordo com a AFP, a onda de calor marinho se concentra principalmente no entorno de algumas ilhas na porção ocidental do mar, como a Sardenha e Córsega, na costa da Itália, e as Ilhas Baleares, no litoral da Espanha. Ambientalistas estão preocupados com os impactos do calor no Mediterrâneo sobre as populações marinhas. “Podemos prever que o principal impacto será em organismos fixos, como plantas e corais”, afirmou Charles-François Boudouresque, ecologista da Universidade de Aix-Marselha (França). O UOL também publicou essa reportagem.

 

ClimaInfo, 29 de julho de 2022.

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