Alta do preço do gás impulsiona consumo de combustíveis mais sujos

Europa gás fracking
Jens Buettner/AP

O preço do gás natural segue nas alturas no mercado internacional. Por conta da disrupção do fornecimento do combustível da Rússia para os países europeus, motivada pelas sanções da União Europeia contra o governo de Vladimir Putin, as cadeias globais de gás estão sob pressão crescente; em alguns casos, o preço do gás está atingindo patamares proibitivos, que inviabilizam sua aquisição, com pouquíssimas alternativas de curto prazo para atender às necessidades energéticas dessas economias.

A Bloomberg fez um panorama geral da situação do mercado de gás. O volume de gás não-russo é insuficiente para abastecer os países europeus e o resto do mundo, o que deve se tornar ainda mais crônico no inverno. Para evitar um colapso, muitos países estão recorrendo à queima de carvão e óleo combustível para garantir a geração de energia – ou seja, estão trocando uma energia suja por outra ainda mais suja. Exame e Valor publicaram uma tradução desta reportagem.

Na Suécia, por exemplo, a Bloomberg informou que uma antiga usina termelétrica movida a petróleo foi reativada na última semana para gerar energia. O mesmo caminho está sendo ensaiado pela Suíça: segundo a Oil Price, o governo suíço confirmou que estuda a possibilidade de recorrer à queima de petróleo para gerar energia durante o inverno caso o fornecimento de gás natural continue restrito.

Já na Alemanha, a Deutsche Welle destacou que o governo do chanceler Olaf Scholz começa a esboçar um recuo no banimento ao fracking, atividade proibida há cinco anos por causa dos impactos da exploração de gás de xisto nas comunidades locais. Para Berlim, a exploração das reservas alemãs de gás de xisto pode ser uma alternativa para substituir o gás natural russo que não está mais chegando às usinas do país. No entanto, a população alemã segue majoritariamente contra essa tecnologia: uma pesquisa recente mostrou que apenas 27% dos entrevistados defenderam o fracking como uma solução de curto prazo para a crise energética europeia.

 

ClimaInfo, 17 de agosto de 2022.

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