Alemanha anuncia acordo com Canadá por hidrogênio e gás natural

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Reprodução Twitter Reuters

Em busca de alternativas ao gás natural russo para o abastecimento de seu sistema energético, a Alemanha firmou nesta semana um acordo com o Canadá para fortalecer a cooperação bilateral na área de energia.

Em termos formais, os governos de Olaf Scholz e Justin Trudeau anunciaram uma “aliança do hidrogênio”, com o objetivo de criar um corredor transatlântico de suprimento do combustível a partir de 2025. Para os próximos meses, o foco de Berlim é aumentar o fornecimento de gás natural canadense para substituir o combustível russo.

O Climate Home destacou as críticas ácidas de alguns analistas à proposta anunciada por Scholz e Trudeau durante visita oficial do chanceler alemão ao Canadá. Para eles, o tal corredor transatlântico de hidrogênio é inviável, mesmo se for implementado por meio de transporte marítimo tradicional, não será capaz de suprir significativamente a demanda energética do mercado alemão. Assim, o anúncio sobre hidrogênio serviria apenas para mascarar aquilo que os dois líderes negociaram com mais atenção: o aumento do fornecimento de gás natural canadense à Alemanha. A Associated Press também repercutiu a notícia.

Enquanto isso, um levantamento feito pela iniciativa Leave it in the Ground (LINGO) mostrou que mais de 400 instituições financeiras estrangeiras forneceram US$ 130 bilhões em apoio às empresas russas de combustíveis fósseis nos últimos anos.

Entre os principais financiadores estão as instituições financeiras dos EUA, com quase metade do investimento estrangeiro na indústria fóssil russa. Estes recursos foram cruciais para sustentar essas empresas e viabilizar a estratégia econômica do governo de Vladimir Putin para extorquir concessões dos países consumidores de seus combustíveis fósseis e alimentar a máquina de guerra de Moscou na Ucrânia. A informação é do Guardian.

Ainda sobre a crise energética, Associated Press e Bloomberg informaram sobre a movimentação do governo do primeiro-ministro Fumio Kishida no Japão para construir uma nova geração de usinas nucleares no país. Desde o desastre de Fukushima, em 2011, as autoridades japonesas interromperam novos projetos nucleares, focando principalmente na revisão da segurança das usinas existentes.

A energia nuclear também está sendo vista pela Índia como uma alternativa para garantir segurança energética e reduzir as emissões de carbono. De acordo com a Bloomberg, o governo está prestes a dar luz verde à construção de novos novos reatores de 700 MW no estado central de Madhya Pradesh.

 

ClimaInfo, 25 de agosto de 2022.

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