Rios mais secos e degelo nos polos: as marcas da crise climática nos estoques globais de água

degelo polos
Fabrice COFFRINI AFP

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) publicou nesta 3ª feira (29/11) seu primeiro relatório sobre o estado dos recursos hídricos globais, que oferece um olhar abrangente sobre os efeitos da crise climática sobre os estoques de água ao redor do mundo. As conclusões não são boas: mesmo com o La Niña favorecendo a ocorrência de chuvas em algumas regiões, o quadro geral é de condições mais secas.

De acordo com o relatório, que analisa a situação referente ao ano de 2021, as áreas de vazão abaixo da média são aproximadamente duas vezes maiores que as áreas com vazão acima dela, em comparação com a média hidrológica de 30 anos. Um reflexo disso é a piora no acesso das pessoas à água, especialmente nas regiões mais pobres e vulneráveis do mundo, que não contam com uma rede de saneamento e abastecimento.

Atualmente, 3,6 bilhões de pessoas enfrentam acesso inadequado à água pelo menos um mês por ano e a expectativa é de que esse número aumente para mais de 5 bilhões até 2050. Além disso, entre 2001 e 2018, estima-se que 74% de todos os desastres naturais foram relacionados à água, o que demonstra como a intensificação dos eventos climáticos extremos mexe diretamente com os recursos hídricos globais.

“Os impactos das mudanças climáticas são muitas vezes sentidos através da água – secas mais intensas e frequentes, inundações mais extremas, chuvas sazonais mais erráticas e derretimento acelerado das geleiras – com efeitos em cascata nas economias, ecossistemas e todos os aspectos de nossas vidas diárias”, afirmou Petteri Taalas, secretário-geral da OMM.

AFP e Bloomberg destacaram a análise da OMM sobre o estado da água no mundo.

 

ClimaInfo, 30 de novembro de 2022.

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