União Europeia inclui hidrogênio feito com energia nuclear em sua meta climática

União Europeia hidrogênio verde
REUTERS/Yves Herman

Em uma vitória política da França, a Comissão Europeia incluiu o uso de energia nuclear para fabricação de hidrogênio dentro das metas de energia verde da União Europeia. Assim, ao menos em termos de subsídios oficiais, o chamado “hidrogênio rosa” será considerado uma fonte de energia renovável. 

O hidrogênio é tido como fundamental para os planos climáticos da UE de descarbonização de sua economia. Por isso, as regras publicadas nesta 2ª feira (13/2) em Bruxelas criam um framework para incentivar novos investimentos na produção desse combustível a partir de fontes não-fósseis. O governo francês defendia que a energia nuclear fosse considerada uma fonte renovável para a produção de hidrogênio, proposta que vinha sendo rejeitada por outros países da UE, como a Alemanha.

As regras definidas pela Comissão Europeia estabelecem que o hidrogênio produzido com eletricidade nuclear será denominado hidrogênio de “baixo carbono”, ao menos no médio prazo. Para que possa ser beneficiado com essa classificação, o produtor deverá assinar um contrato de compra de energia de longo prazo com um fornecedor de eletricidade renovável na região em que estiver instalado.

Essa saída permitirá que fabricantes de hidrogênio na França, onde a energia nuclear representa uma parcela significativa de sua matriz elétrica, possam classificar seu produto como de “baixo carbono”. Euronews, Oil Price e Reuters repercutiram essas informações.

Ainda sobre o hidrogênio, o Wall Street Journal destacou a disputa entre grandes empresas do setor energético dos EUA em torno da definição de “hidrogênio verde”. Enquanto as empresas de energia eólica e solar defendem uma abordagem mais restrita desse termo, as empresas de combustíveis fósseis querem uma definição mais flexível, que lhes permita receber eventuais créditos fiscais por geração de energia renovável.

Em tempo: Enquanto isso, o valor total gasto pelos países europeus para cobrir, ainda que parcialmente, o preço astronômico da energia no último ano, subiu para quase 800 bilhões de euros – incríveis R$ 4,4 trilhões na cotação de ontem. Esses gastos incluem subsídios aplicados aos combustíveis e à eletricidade, com o objetivo de aliviar a pressão inflacionária e a escalada das tarifas de energia para os consumidores europeus. A notícia é da Reuters.

ClimaInfo, 14 de fevereiro de 2023.

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