Peixes consumidos em 6 estados da Amazônia estão contaminados pelo mercúrio usado no garimpo ilegal

30 de maio de 2023
peixes contaminados mercúrio
Fiocruz / UFOPA / Greenpeace / Iepé / ISA / WWF-Brasil / Divulgação

A devastação do garimpo ilegal na região amazônica não se restringe aos locais onde a atividade é executada. Metal pesado usado na extração de ouro e que costuma ser carreado para os rios, o mercúrio contaminou peixes consumidos em seis estados da Amazônia. Na média, 21,3% dos pescados comercializados e que chegam à mesa das famílias da região têm níveis de mercúrio acima dos limites aceitáveis para a Organização Mundial de Saúde (OMS), de 0,5 micrograma/kg.

Roraima, onde o governo trava uma guerra contra o garimpo ilegal na Terra Yanomami, é o estado com o maior índice de peixes contaminados por mercúrio, com impressionantes 40%. Logo depois vem o Acre, com 35,9%. A seguir, vem Rondônia (26,1%), Amazonas (22,5%), Pará (15,8%) e Amapá (11,4%), detalha o g1.

O estudo foi feito por pesquisadores da Ensp/Fiocruz, Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Greenpeace, Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé), Instituto Socioambiental (ISA) e WWF-Brasil.

Os cientistas coletaram 1.010 peixes de 80 espécies diferentes, em 17 municípios (as seis capitais e 11 cidades do interior), em “mercados públicos, feiras-livres ou com pescadores nos pontos de desembarque pesqueiro” entre março de 2021 e setembro de 2022. Em todas as camadas populacionais analisadas, a ingestão diária de mercúrio excedeu o limite.

No município mais crítico – Rio Branco, capital do Acre –, a potencial ingestão de mercúrio ultrapassou de 6,9 a 31,5 vezes a dose de referência indicada pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), ainda mais rigoroso que o da OMS, de 0,1 micrograma/kg. Em Roraima, a potencial ingestão de mercúrio extrapolou de 5,9 a 27,2 vezes essa dose de referência.

E o problema pode ser ainda pior. Os pesquisadores ponderam que não tiraram amostras de todos os peixes consumidos na região ao longo das estações, informa o UOL. Por isso, acreditam que os dados “revelem somente uma parte do real impacto provocado pela exposição ao mercúrio para a maioria da população que vive hoje em centros urbanos da Amazônia”.

Folha, g1, O Globo, Metrópoles, CNN, Correio Braziliense, Agência Brasil e Liberal deram destaque à contaminação de peixes da Amazônia por mercúrio.

ClimaInfo, 31 de maio de 2023.

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