Falta de investimentos e atenção na modernização da transmissão elétrica global pode prejudicar transição energética e objetivos climáticos dos países sob o Acordo de Paris.
A transição energética para uma matriz renovável não pode se limitar à geração de energia: se os países não começarem a olhar mais atentamente para a modernização de suas redes elétricas, os investimentos na descarbonização da oferta de eletricidade podem ser desperdiçados e as metas climáticas, inviabilizadas. O alerta é da Agência Internacional de Energia (IEA) em um novo relatório divulgado na última 3ª feira (17/10).
Segundo a análise, o mundo deve adicionar ou substituir cerca de 80 milhões de quilômetros destas redes até 2040, o equivalente à extensão atual de toda a rede elétrica do mundo, para cumprir as metas climáticas dos países e garantir a segurança energética. Isso exigirá que os investimentos em ampliação e modernização destas redes sejam mais do que duplicados, com a destinação de pelo menos US$ 600 bilhões anuais até 2030.
Para a AIE, as deficiências na rede elétrica já afetam o ritmo de crescimento da capacidade de geração renovável, com uma fila crescente de projetos que aguardam sinal verde para serem conectados às redes de distribuição. A fila já soma mais de 1,5 mil GW, cinco vezes a capacidade solar fotovoltaica e eólica adicionada em todo o mundo no ano passado.
“O recente progresso no domínio das energias renováveis que temos visto em muitos países não tem precedentes e é motivo de otimismo, mas poderá ser posto em perigo se os governos e as empresas não se unirem para garantir que as redes elétricas mundiais estejam preparadas para uma nova economia energética global que está emergindo rapidamente”, disse o diretor-executivo da IEA, Fatih Birol. “Devemos investir em redes hoje ou enfrentaremos um impasse amanhã”.
O alerta da IEA foi repercutido por diversos veículos, como Associated Press, Axios, Business Green, Guardian, Oil Price, The Verge e Wall Street Journal.
ClimaInfo, 19 de outubro de 2023.
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