Comentando uma matéria da Science sobre os modelos climáticos de última geração, que estão em desenvolvimento para o próximo relatório de avaliação do estado do clima a ser lançado pelo IPCC em 2021, o físico Paulo Artaxo, da USP e do IPCC, disse em seu Facebook que os novos modelos estão apresentando um aumento da sensibilidade climática, o que implica projeções do aquecimento ainda mais altas. Em 8 dos novos modelos independentemente criados em vários países, o aquecimento é maior que o previsto anteriormente, e acontece mais cedo. No Twitter, o climatologista Reto Knutti, do ETH, Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, Suíça, disse que as razões para este incremento da sensibilidade dos novos modelos, e se este é realista, ainda não estão claras, mas que “seria realmente assustador se assim fosse.”
Em tempo: a sensibilidade de equilíbrio dos modelos climáticos é determinada pela faixa de temperaturas projetada por estes quando dobramos a concentração de CO2 na atmosfera em relação aos níveis pré-industriais. Os modelos anteriores previam algo entre 2°C e 4,5°C, enquanto pelo menos oito dos modelos de nova geração produzidos nos EUA, Reino Unido, Canadá e França, apresentam uma sensibilidade climática de equilíbrio de 5°C ou mais quente.
ClimaInfo, 18 de abril de 2019.
