
Dias após o diretor global de sustentabilidade da JBS, Jason Weller, dizer que a meta da empresa de zerar suas emissões até 2041 não era uma “promessa”, mas sim uma “aspiração”, a produtora de proteina animal ganhou da Justiça dos Estados Unidos uma “forcinha” para continuar sem assumir compromissos climáticos. Um tribunal de Nova York rejeitou uma ação movida pelo estado contra a companhia, que era acusada de enganar o público sobre seu impacto ambiental.
Em fevereiro do ano passado, a procuradora-geral de Nova York Letitia James alegou que a JBS não havia fornecido um plano viável para cumprir o compromisso – amplamente divulgado – de zerar suas emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2040 e que não seria viável atingir tal meta. No entanto, o tribunal afirmou que a moção da empresa para rejeitar o caso foi concedida, informam Bloomberg, Folha, O Globo e Globo Rural.
O documento de uma página do tribunal não esclareceu o motivo da rejeição, embora tais decisões sejam às vezes concedidas para permitir que os demandantes resolvam deficiências nas reivindicações para que um caso possa prosseguir. Por isso, a decisão informou que o gabinete da procuradora-geral poderia apresentar uma queixa alterada em 90 dias.
O gabinete de Letitia James já afirmou que apresentará uma nova queixa contra a JBS. “À medida que a crise climática se intensifica, a JBS continua explorando o desejo dos consumidores de um futuro sustentável para impulsionar as vendas”, disse um porta-voz do gabinete. “As empresas devem ser responsabilizadas quando assumem compromissos públicos com a sustentabilidade sem esforços genuínos para cumpri-los. Apresentaremos uma queixa alterada”, reforçou.
Em tempo: Não é só com suas promessas climáticas que a JBS está “enrolada” nos EUA. A produtora de proteina animal também enfrenta acusações de uso de trabalho infantil. Na semana passada, a JBS USA fechou um acordo com o Departamento de Trabalho dos EUA pelo qual destinará US$ 4 milhões para combater o trabalho infantil no país, relatam Poder 360 e InfoMoney. O acordo foi feito após investigações identificarem menores de idade realizando atividades perigosas de limpeza em unidades da empresa. A investigação descobriu que a Packers Sanitation Services Inc., então prestadora de serviços da JBS, empregou dezenas de adolescentes entre 13 e 17 anos em tarefas de higienização industrial.



