Investidores com US$ 6,8 trilhões em ativos alertam contra possíveis retrocessos em finanças ESG na Europa

Segundo os investidores, a Comissão Europeia precisa “preservar a integridade e a ambição” das regras para finanças sustentáveis e refutar a pressão para torná-las enfraquecidacas.
4 de fevereiro de 2025
(Canva)

Uma concertação de grupos de investidores internacionais divulgou nesta 3ª feira (4/2) uma declaração conjunta na qual apela à Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, para resistir às pressões pela revisão das regras relacionadas a finanças sustentáveis. Para eles, o bloco precisa “preservar a integridade e a ambição” das regulações ESG, a despeito de movimentos recentes nos EUA no sentido contrário e da cobrança de governos como Alemanha e França por regras mais flexíveis.

“Reabrir essas regulamentações em sua totalidade corre o risco de criar incerteza regulatória e pode, em última análise, comprometer a meta da Comissão de reorientar o capital em apoio ao Pacto Ecológico Europeu (European Green Deal)”, destacou o documento.

O texto é assinado por três importantes grupos de investidores do mercado europeu – European Sustainable Investment Forum (EUROSIF), Institutional Investors Group on Climate Change (IIGCC) e Principles for Responsible Investment (PRI) – e apoiado por mais de 200 investidores e outros atores do sistema financeiro.

A manifestação acontece em meio à incerteza sobre o futuro dessas regras na UE. Existe a expectativa de que o próximo pacote “Omnibus” da Comissão Europeia, previsto para o próximo dia 26, abra margem para rediscutir os principais requisitos de sustentabilidade para o mercado financeiro europeu.

Mais recentemente, governos importantes da UE, como a França de Emmanuel Macron e a Alemanha de Olaf Scholz, pediram ao bloco que pause ou adie as exigências regulatórias de ESG, sob a justificativa de dar mais tempo às pequenas e médias empresas.

Para os investidores, essas regulamentações são “pedras angulares fundamentais da arquitetura da política de sustentabilidade da UE”, cruciais para a promoção da sustentabilidade de longo prazo e o crescimento econômico nos países europeus.

“Mudanças radicais nessas regras, antes de serem totalmente implementadas, criarão incerteza regulatória e provavelmente dificultarão a contribuição que os investidores podem dar ao crescimento sustentável. Em vez de mudanças, o foco deve ser apoiar as empresas a implementar as regras de forma eficaz e, se necessário, ajustes direcionados das regras no nível técnico”, argumentou Aleksandra Palinska, diretora-executiva do EUROSIF.

Bloomberg, Exame, Forbes, Reuters e Um Só Planeta, entre outros, repercutiram a notícia.

 

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