Brasil enfrenta pressões antes da reunião do G20

24 de junho de 2019

O Brasil enfrentará resistências para fechar o acordo comercial com a União Europeia durante a reunião do G20 que acontece no Japão nesta semana. Segundo o site Politico, “a credibilidade da Europa, enquanto liderança diante da mudança climática, corre o risco de desaparecer na Floresta Amazônica, caso Bruxelas feche um acordo comercial histórico com a América do Sul neste mês. O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, está pressionando o Mercosul para que feche um acordo com a UE antes do final do mês, mas legisladores e cientistas europeus alertam que as cláusulas ambientais do acordo são ineficazes (toothless) e darão carta branca para um aumento do desmatamento e de violações de direitos humanos.”

Ana Carolina Amaral, na Folha, conta que mais de 300 organizações europeias publicaram um documento pedindo à UE que pare imediatamente esta negociação comercial com o Brasil, posto que “desde o início do governo Bolsonaro, em janeiro de 2019, temos testemunhado o crescimento de violações a direitos humanos, ataques a minorias, populações indígenas, LGBTQ e comunidades tradicionais. Além disso, a administração continua a ameaçar o funcionamento democrático básico da sociedade civil, enquanto instiga ataques a algumas das regiões mais preciosas e ecologicamente valiosas do mundo”.

Segundo o UOL, Cecilia Malmstrom, comissária de Comércio da UE, provavelmente pensando em não perder um parceiro comercial do tamanho do Brasil, declarou: “de nenhuma forma concordamos com tudo que o presidente do Brasil diz ou propõe (…) [mas] um acordo comercial não é um endosso de políticas nacionais. Se fosse, seriam poucos os países com os quais poderíamos fazer comércio”.

Bolsonaro quer aproveitar a reunião do G20 para conversar com o primeiro ministro japonês, Shinzo Abe. “Quem sabe um acordo para que eles possam em parceria explorar a biodiversidade na região amazônica”. Para o presidente, “o que eles querem, o pessoal lá de fora, e alguns traidores aqui dentro, (…) é fazer com que a Amazônia seja internacionalizada. Enquanto eu for presidente pode ter certeza que não será”. Para Bolsonaro, acordos com uma potências estrangeiras são parcerias, enquanto a atuação de organizações que defendem a floresta e seus habitantes originais é traição. A Folha publicou a fala do presidente.

 

ClimaInfo, 24 de junho de 2019.

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