Governo cria comissão para mapear minerais críticos

Interesse dos EUA de Trump nos estoques brasileiros de minerais críticos recolocou a questão no radar do governo federal.
29 de julho de 2025
minerais críticos
Ricardo Stuckert/PR

O presidente Lula anunciou na última 2a feira (28/7) a criação de uma “comissão ultraespecial” para o levantamento dos estoques de minerais críticos em todo o Brasil. Segundo Lula, cerca de 70% do território nacional ainda não foram pesquisados, o que significa que o potencial de reservas de terras raras do Brasil – que já coloca o país como dono do 2o maior estoque global, atrás somente da China – pode ser ainda mais expressivo.

“Nós temos que dar autorização para a empresa pesquisar sob o nosso controle. A hora que a gente der autorização para uma empresa, e ela achar, ela não pode vender sem conversar com o governo e, muito menos, ela vai poder vender a área que tem minério, porque aquilo é nosso”, argumentou Lula.

As terras raras e os demais minerais críticos ganharam destaque na última semana depois da imprensa repercutir o interesse do governo dos Estados Unidos em explorar esses recursos no Brasil como parte potencial das negociações comerciais entre os dois países. Lula reafirmou que essa riqueza seguirá sob controle do Brasil, para beneficiar a economia e a população do país.

“O povo brasileiro tem que ter direito de usufruir da riqueza que essas coisas podem produzir. É simples assim. A gente não quer nada dos outros, a gente quer apenas garantir que aquilo que é nosso possa gerar riqueza para que este país deixe de ser um país eternamente em via de desenvolvimento e seja um país altamente desenvolvido”, disse o presidente.

O interesse norte-americano nos minerais críticos do Brasil não é novo. No passado, a gestão de Joe Biden (2021-2025) também buscou detalhes sobre o potencial brasileiro com mineradoras do país. Como a CNN Brasil explicou, na época, argumentava-se que esses recursos seriam utilizados para produção de tecnologias verdes, como painéis solares e baterias. Já a Casa Branca de Trump tem objetivos mais “acinzentados”, com foco na indústria de defesa militar.

Além da comissão para mapear os minerais críticos no Brasil, o governo federal também vem intensificando esforços para financiar projetos relacionados a esses recursos. De acordo com o Valor, desde 2019, a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) contratou 171 projetos em minerais estratégicos, somando R$1,4 bilhão. Só no ano passado, foram quase R$660 milhões em financiamento, valor recorde, para 41 projetos.

Se pudéssemos dar um recado direto ao presidente, diríamos que é preciso muito mais que procurar novas reservas. É preciso desenvolver tecnologias para concentração, separação e industrialização destes minerais. Sem isso continuaremos a exportar commodities minerais de relativo baixo valor e importar produtos derivados de alto valor agregado.

Agência Brasil, CartaCapital, Correio Braziliense, Folha, Poder360, UOL e VEJA, entre outros, repercutiram o anúncio. 

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