Inteligência artificial, consumo massivo de energia real: pegada de carbono crescente desafia Big Tech

Relatórios ambientais das gigantes tecnológicas mostram alta no consumo de energia e água, além de aumento nas emissões totais.
25 de agosto de 2025
inteligência artificia energia
dustin chambers/new york times/redux/eyevine

Há alguns anos, algumas gigantes da tecnologia apresentaram metas climáticas tidas como ambiciosas para o setor. No entanto, o crescimento e a evolução da inteligência artificial nos últimos tempos jogou esses planos por terra, com a ampliação do consumo de energia e de água. Resultado: em quatro anos, as emissões das Big Tech subiram 70%, em meio ao impulso da corrida pela IA e à ampliação da infraestrutura para processamento de dados.

Desde 2020, as emissões totais da Microsoft aumentaram 23%. No Google, a alta chegou a 74%, enquanto na Amazon foi de 33%, apesar da empresa não estar no nível máximo registrado. As três lideram o mercado global de nuvem, base da infraestrutura usada em IA. Os valores consideram as emissões totais, explica O Globo.

O gasto de energia da IA fez a OpenAI passar a não divulgar o consumo energético de seu chatbot, o GPT, desde a versão 3, informa o Guardian. No início de agosto, a empresa lançou o GPT-5. Pesquisadores do laboratório de IA da Universidade de Rhode Island divulgaram um painel indicando que o consumo médio de energia da nova versão para uma resposta de média duração é de pouco mais de 18 watts-hora, mais do que todos os outros modelos comparados, exceto o modelo de raciocínio o3 da OpenAI, lançado em abril, e o R1, da empresa chinesa de IA Deepseek.

Para calcular o consumo de recursos de um modelo de IA, o grupo da Universidade de Rhode Island multiplicou o tempo médio que o modelo leva para responder a uma consulta pelo consumo médio de energia do modelo durante sua operação. Os cientistas destacam a necessidade de mais transparência por parte das empresas de IA à medida que lançam modelos cada vez maiores e, por consequência, com maior consumo energético.

No que depender do presidente dos Estados Unidos, o negacionista e amante dos combustíveis fósseis Donald Trump, por exemplo, haverá uma explosão do consumo energético por causa da IA e de data centers. No fim de julho, o governo estadunidense divulgou o “Plano de Ação de IA”, prometendo agilizar a autorização para a construção de data centers com alto consumo de energia, relata a AP.

No entanto, os planos do “agente laranja” estão em ritmo lento. De acordo com o Wall Street Journal, o Stargate, projeto de IA de US$ 500 bilhões da SoftBank e da OpenAI luta para decolar. Apresentado por Trump em evento na Casa Branca, agora tem como meta mais modesta construir um pequeno centro de dados até o final do ano.

Economist e Reuters também repercutiram os planos de expansão das empresas de IA e como tentam driblar o alto consumo energético da tecnologia.

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