
O investimento global em novos projetos de energia renovável atingiu o recorde de US$ 386 bilhões no 1º semestre deste ano, um aumento de 10% em relação a igual período de 2024. É o que mostra a última edição do Rastreador de Investimentos em Energia Renovável da BloombergNEF (BNEF). O crescimento se deu mesmo com o recuo nos Estados Unidos, onde os investimentos em renováveis despencaram 36%.
O investimento subiu, mas o financiamento foi em ritmo oposto. Segundo a análise da BNEF, o financiamento de ativos para energia solar em larga escala e energia eólica onshore nos seis primeiros meses de 2025 diminuiu 13% em comparação com o 1º semestre do ano passado. Foi a menor participação no investimento total desde 2006.
O investimento em energia solar fotovoltaica de grande porte foi particularmente afetado, com redução de 19%. Os mercados que registraram as maiores quedas – incluindo China continental, Espanha, Grécia e Brasil – registraram crescentes cortes de investimentos e maior exposição a preços negativos de energia. No entanto, a queda foi compensada com folga pela expansão de projetos solares de pequeno porte.
A energia eólica offshore também contribuiu, atraindo US$39 bilhões de janeiro a junho deste ano, ante US$31 bilhões investidos em igual período de 2024. A expansão é impulsionada por grandes projetos e pelo cronograma de leilões governamentais de vários países.
Das regiões analisadas pela BNEF, os EUA registraram a maior queda em novos investimentos em energia renovável, com gastos comprometidos abaixo de US$20,5 bilhões. Além das mudanças nas políticas estadunidenses de estímulo às renováveis, a incerteza em torno dos “tarifaços” do presidente Donald Trump contribuiu para a queda, ressalta a Bloomberg.
O ataque de Trump às fontes renováveis não tem limite. Segundo a Bloomberg, o governo dos EUA trabalha para apreender e revogar a licença concedida ao Projeto Eólico Offshore de Maryland, avaliado em US$6 bilhões. O projeto, desenvolvido pela US Wind e com até 114 turbinas eólicas a cerca de 20 km da costa de Ocean City, foi aprovado pelo governo de Joe Biden em 2024, e a construção estava prevista para começar no próximo ano. Business Green, edie, Financial Post e Axios também repercutiram os dados da BNEF.



